"Para aqueles que perguntam, não irei à tomada de posse a 20 de janeiro", escreveu Donald Trump na sua conta oficial de Twitter.
A decisão — que significa uma nova quebra da tradição do processo político norte-americano — é tomada no seguimento daquilo que tem sido a recusa do atual presidente dos EUA de admitir os resultados eleitorais que deram a vitória ao seu sucessor, Joe Biden, nas eleições presidenciais de novembro, tendo o chefe de estado levantado acusações de fraude nas urnas.
Foi apenas depois de uma invasão ao Capitólio, em Washington, na quarta-feira, protagonizada pelos seus apoiantes que Donald Trump acabou por admitir que “a nova administração tomará posse em 20 de janeiro” e que o seu foco é agora “assegurar uma transição sem problemas”.
Cinco pessoas morreram na invasão do Capitólio, sede do parlamento dos Estados Unidos, por apoiantes de Trump, na quarta-feira, para contestar o resultado das eleições de novembro, que consideram fraudulento. O ataque foi uma tentativa de impedir a formalização da vitória do Presidente eleito, que acabou por acontecer quando a situação foi normalizada.
O vice-Presidente republicano, Mike Pence, validou o voto de 306 grandes eleitores a favor do democrata contra 232 para o Presidente cessante, Donald Trump, no final de uma sessão das duas câmaras.
Mesmo recusando-se a comparecer, a verdade é que Trump poderá até já nem ser presidente quando Biden tomar posse devido ao pedido de vários congressistas e senadores dos EUA — nomeadamente a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi — para que se invoque a 25.ª Emenda da Constituição para afastá-lo da Casa Branca.
Os líderes democratas querem que o vice-presidente Mike Pence afaste desta forma Trump, assumindo a presidência interina, para impedir o Presidente cessante de atuar nas duas últimas semanas do mandato, já que o acusam de incitar os apoiantes à invasão do Capitólio.
A invocação da 25.ª Emenda da Constituição norte-americana é considerada o último recurso para retirar direitos e poderes ao Presidente.
A medida constitucional foi promulgada em 1967 na sequência do assassínio de John F. Kennedy e depois de graves problemas de saúde do seu antecessor Dwight Eisenhower. A Emenda detalha as modalidades de transferência do poder executivo em caso de demissão, de morte, de destituição ou de incapacidade do locatário da Casa Branca.
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