Segundo Austin, essa formação fortalecerá a Ucrânia a longo prazo, mas não necessariamente como parte de uma aguardada contraofensiva de primavera contra a Rússia.
O líder do Pentágono falava numa reunião virtual de dirigentes da Defesa de todo o mundo para debater a ajuda militar a ser fornecida à Ucrânia, que há 15 meses se defende de uma guerra de ocupação travada pela Rússia no seu território, invadido em fevereiro do ano passado.
Os governantes também receberão uma atualização dos líderes ucranianos sobre o esforço de guerra, incluindo preparativos para a contraofensiva prevista e como os aliados, que têm enfrentado pressões sobre os seus próprios arsenais, poderão continuar a apoiar o combate de Kiev contra as forças russas.
“Teremos de investigar mais a fundo e continuar a procurar formas criativas de aumentar a nossa capacidade industrial”, sustentou Austin, antes de os dirigentes militares começarem a sua sessão à porta fechada.
Os países europeus indicaram estar em contacto para saber quais deles terão alguns F-16 disponíveis.
Os Estados Unidos hesitaram durante mais de um ano quanto a fornecer as modernas aeronaves à Ucrânia e só no fim de semana passado é que o Presidente, Joe Biden, concordou autorizar outras nações a enviar para Kiev caças de fabrico norte-americano.
“Esperamos que esse treino comece nas próximas semanas [o que] fortalecerá e melhorará ainda mais as capacidades da Força Aérea ucraniana a longo prazo e complementará os nossos acordos de segurança de curto e médio prazo”, disse Austin.
“Este novo esforço conjunto envia uma mensagem poderosa sobre a nossa unidade e o nosso compromisso a longo prazo com a legítima defesa da Ucrânia”, sublinhou.
Os líderes virtualmente reunidos deverão também discutir outras necessidades militares permanentes da Ucrânia, incluindo de sistemas de defesa antiaérea e respetivas munições, artilharia e outras munições.
O Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Josep Borrell, declarou na terça-feira que o treino de pilotos ucranianos tinha começado na Polónia e em mais alguns países, embora o ministro da Defesa polaco, Mariusz Blaszczak, tenha dito que o treino ainda estava na fase de planeamento.
Os Países Baixos e a Dinamarca, entre outros, também estão a fazer planos para fornecer treino aos pilotos ucranianos.
A Ucrânia há muito que pede aos seus aliados para lhe fornecerem os sofisticados caças, para lhe dar uma vantagem no combate contra a invasão da Rússia, que já vai no seu segundo ano.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 por Moscovo na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 456.º dia, 8.895 civis mortos e 15.117 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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