Os manifestantes alegam que foi violada a Constituição pelo Departamento de Estado ao recorrer aos agentes enviados pelo presidente, Donald Trump, para dispersar multidões com recurso aos meios utilizados.
O Muro das Mães, um grupo que se descreve como sendo composto por mães, e o grupo Don’t Shoot Portland apresentaram na segunda-feira o processo contra o secretário de Segurança Interna em exercício, Chad Wolf, e outros funcionários federais.
Os membros do grupo de mães “têm sido gaseados noite após noite, deixados a vomitar e incapazes de comer ou dormir por causa do veneno tóxico que lhes foi aplicado”, é referido no processo judicial.
No documento, os manifestantes alegam que as táticas são ilegais e sublinham que a presença dos agentes em Portland viola “um princípio fundamental da democracia americana”, porque os agentes estão essencialmente a desempenhar funções policiais locais que são reservadas às autoridades estatais e locais.
O processo foi apresentado no Tribunal Distrital dos EUA em Washington, após o ´mayor` de Portland e os líderes de outras cinco grandes cidades dos Estados Unidos terem apelado ao Congresso para decretar ilegal o envio de agentes para cidades que não os querem.
A carta enviada aos líderes da Câmara e do Senado pelos presidentes das câmaras de Portland, Seattle, Chicago, Cidade de Kansas, Albuquerque, Novo México e Washington diz: “Esta administração utiliza de forma flagrante a força federal nas cidades por causa das objeções das autoridades locais”.
O procurador dos EUA para o Oregon, Billy J. Williams, insistiu na segunda-feira que os agentes da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA, o Serviço de Marshals dos EUA e o Serviço Federal de Proteção permanecerão em Portland enquanto os manifestantes continuarem a atacar o Tribunal Federal de Mark O. Hatfield.
Há dois meses que os protestos têm agitado Portland, desde a morte de George Floyd, um negro que morreu em 25 de maio, depois de ter sido pressionado no pescoço durante cerca de oito minutos por um polícia branco de Minneapolis.
“Não é uma solução dizer aos agentes federais para saírem quando continua a haver ataques a bens e pessoal federal”, argumenta Williams. “Não vamos deixar o edifício desprotegido para ser destruído por pessoas que o pretendam fazer”, acrescenta.
O Procurador-Geral, William Barr, defendeu hoje no Congresso a resposta das forças policiais federais à agitação civil, dizendo que “os amotinados e anarquistas violentos sequestraram protestos legítimos”.
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