"Neste processo de eleições internas, não ganhou a linha que apoiei. Não há aqui quaisquer eufemismos. Cabe-me, assim, e a título pessoal, corresponder a este desígnio de que a política tem de ser consequente e coerente, na defesa de que os cargos são sempre superiores às pessoas que os desempenham. É neste enquadramento que, em primeira mão, anuncio que não me apresentarei às próximas eleições europeias. Não obstante o trabalho desenvolvido, faço-o precisamente guiada por um estrito sentido de dever", vincou Sofia Ribeiro.
A parlamentar europeia falava em Vila Franca do Campo, no XXIII congresso do PSD Açores, que confirma a liderança de Alexandre Gaudêncio, que nas diretas do partido venceu Pedro Nascimento Cabral, candidato apoiado por Sofia Ribeiro.
A eurodeputada sublinha que não está em "ruptura com o partido", tomando a sua decisão "por imperativos éticos".
"O meu dever de lealdade para com o PSD/Açores motiva-me a colaborar com a nova presidência do Partido, para que se possa garantir uma solução de sucesso nas próximas eleições europeias", disse ainda, lembrando que a direção do PSD/Açores tem agora "precisamente sete meses para se preparar para as próximas eleições, num processo de transição atempada e tranquila de que os seus antecessores não dispuseram".
Sofia Ribeiro assegura que, "sem falsas modéstias", conseguiu trazer "mais Açores à Europa" mas também houve impacto no arquipélago, como atesta a visita, já este ano, do Comissário Europeu da Agricultura, Phil Hogan, à ilha de São Miguel.
"Creio que seremos apenas justos ao reconhecer que, de uma forma transversal, a voz açoriana que primeiro ecoa em Bruxelas é a do PSD/Açores, que dá cartas na Europa. E este é um trabalho ao qual tem de ser dada continuidade", instou a eurodeputada.
E concretizou: "Tem de ser dada continuidade numa dinâmica que tem de pautar-se pelo pensamento crítico, único veículo que propicia o desenvolvimento, e por uma intervenção coordenada e articulada multi-nível, e em especial no trabalho parlamentar desenvolvido a nível regional, nacional e europeu".
O XXIII congresso do PSD/Açores termina no domingo com uma intervenção do presidente nacional do partido, Rui Rio.
Para domingo, Gaudêncio garantiu já a apresentação de "ideias do PSD para começar a construir uma região melhor".
Nesse dia, os sociais-democratas elegem os órgãos regionais do partido, sabendo-se já que deverá haver um consenso em torno dos nomes apresentados pelo novo líder do PSD/Açores e o seu opositor nas diretas, Pedro Nascimento Cabral.
O Conselho Regional do PSD/Açores, que tem por missão analisar a situação político-partidária, aprovar o desenvolvimento da estratégia política do partido definida em congresso regional e designar o candidato a presidente do Governo Regional, entre outros, é composto por 45 elementos eleitos em congresso e 15 suplentes, quatro membros da JSD (Juventude Social-Democrata), três membros dos TSD (Trabalhadores Sociais-Democratas) e dois dos ASD (Autarcas Sociais-Democratas).
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