À entrada para esta iniciativa, fechada à comunicação social, na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, José Manuel Durão Barroso declarou-se "mais preocupado com a ausência de defesa do projeto europeu pelos europeístas do que propriamente com a subida dos populismos" na União Europeia.
"Talvez até a subida dos extremismos seja a forma de acordarem os pró-europeus, porque muitos dos pró-europeus, digamos, do centro-esquerda, do centro-direita, até hoje têm dado a Europa como adquirida", considerou Durão Barroso, que esteve à frente da Comissão Europeia entre 2004 e 2014, após ter sido primeiro-ministro e presidente do PSD.
Com Passos Coelho ao seu lado, Durão Barroso manifestou a certeza de que "a Europa não se vai desmoronar", porque "é mais forte do que aquilo que se diz", mas deixou um apelo neste contexto de campanha para as eleições europeias: "Que haja debate político, que venham os populistas, e que os moderados, os pró-europeístas tenham a coragem de ganhar esse debate".
A iniciativa "Conversas sobre a Europa: José Manuel Durão Barroso em diálogo com Pedro Passos Coelho", promovida pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, com o apoio da Fundação Millennium BCP, foi divulgada publicamente, mas os jornalistas não puderam entrar para assistir ao debate.
Durão Barroso explicou que se trata de "uma aula interna", que é também uma forma de celebrar o Dia da Europa.
"No âmbito do Centro de Estudos Europeus, que eu dirijo aqui na Universidade Católica e no Instituto de Estudos Políticos, convidei o doutor Pedro Passos Coelho, um ex-primeiro-ministro de Portugal, para apresentar aqui aos alunos de Portugal a experiência de Portugal durante o tempo em que ele assumiu a responsabilidade da condução do país, sobretudo tendo em consideração a União Europeia", enquadrou.
Esta é uma iniciativa "no âmbito académico, com os estudantes", centrada no período da crise financeira e das dívidas soberanas, para se conversar "com objetividade" sobre a situação que se viveu em Portugal e noutros países e as respostas da União Europeia nessa "situação extremamente difícil", prosseguiu o ex-presidente da Comissão Europeia.
"É por isso que isto é uma aula interna, aqui na universidade, mas vai ser, com certeza, um debate interessante", acrescentou.
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