Numa intervenção num almoço-comício de campanha em Tondela, Menezes foi o terceiro ex-líder do PSD a manifestar apoio presencial ao cabeça de lista do partido às europeias, Paulo Rangel, - depois de Passos Coelho e Ferreira Leite - e considerou que “se não fossem manipulações da realidade” o partido teria no domingo “uma vitória esmagadora”.
“Comparar o nosso cabeça de lista com o cabeça de lista do PS era a mesma coisa que comprar um Ferrari com um calhambeque todo arrombado, a arrastar-se e a ser empurrado para conseguir andar meio metro”, afirmou, provocando risos na assistência.
Luís Filipe Menezes considerou que a estratégia de nacionalização da campanha por parte do PS e do primeiro-ministro, António Costa, “até pode ser útil” e pediu que venham mais antigos presidentes do PSD.
“Do PS não exijo que venha o engenheiro Guterres, da mesma maneira que não faria sentido Durão Barroso vir. Mas o PS tem ex-líderes livres para vir, podem dar o exemplo que estamos a dar”, afirmou.
Se muitos pensaram que Menezes se estaria a referir a José Sócrates, o antigo líder do PSD surpreendeu.
“Um chama-se Vítor Constâncio: aquele senhor que é o responsável número um pelo descalabro do sistema financeiro em Portugal. E pode trazer também uma pessoa especialmente desocupada, uma pessoa enxuta, que é o dr. António José Seguro”, desafiou, dizendo que este último “ganhou eleições”, ao contrário de António Costa.
O apelo foi depois secundado pelo cabeça de lista, Paulo Rangel, que agradeceu o apoio de Menezes e lhe assegurou que, ao contrário do que o antigo presidente da Câmara de Gaia tinha afirmado no início do seu discurso, “não está nada destreinado”.
Na sua intervenção, Menezes abordou os discursos do comício da noite de terça-feira do PS, em Aveiro, lamentando que a secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, tenha criticado a presença de Pedro Passos Coelho na campanha do PSD.
“O PS devia ter a humildade de reconhecer que deixou o país à beira da anexação e da ruína, nunca devia falar de Pedro Passos Coelho, por muitos que tenham sido os erros e omissões do seu Governo”, afirmou.
O ex-líder do PSD também apontou baterias à intervenção do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que qualificou como “um dos putativos sucessores de António Costa”.
“Fiquei pasmado com o discurso. Começou a dizer que se ia penitenciar de alguns erros e omissões do ciclo de poder socialista e o que fez foi pedir desculpa das privatizações que o PS fez”, afirmou, desafiando-o a explicar se pretende “voltar ao modelo da União Soviética” e nacionalizar o sistema financeiro e de seguros.
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