“É com um profundo lamento que o meu próprio capítulo se concluiu com uma tragédia semelhante à dos meus antecessores, sem assegurar a estabilidade e a prosperidade [do Afeganistão]. Peço desculpa ao povo afegão por não ter conseguido que as coisas terminassem de forma diferente”, declarou em comunicado.
As declarações de Ghani, que se refugiou nos Emirados Árabes Unidos para “evitar um banho se sangue” no seu país, seguem-se às declarações da União Europeia e os Estados Unidos, que hoje reagiram negativamente à composição do Governo interino afegão, que inclui a velha guarda talibã, mas nenhuma mulher, e contraria as promessas de abertura do regime.
De regresso ao poder desde meados de agosto, os talibãs apresentaram na terça-feira um Governo que não é nem “inclusivo” nem “representativo” da diversidade étnica e religiosa do Afeganistão, lamentou a União Europeia (UE), na mais severa crítica de Bruxelas dirigida ao atual regime.
O novo executivo integra diversas personalidades talibãs já muito influentes há duas décadas, quando os islamitas impuseram um estrito regime fundamentalista entre 1996 e 2001.
Numa reação oficial, os Estados Unidos também denunciaram a ausência de mulheres e manifestaram “preocupação” pelas “filiações e os antecedentes de alguns desses indivíduos”, apesar de indicar que devem ser avaliados “pelos seus atos”.
Hoje, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, deve reunir-se na Alemanha com os seus homólogos de 20 países envolvidos na caótica retirada do Afeganistão, para coordenar as suas posições.
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