Mariano Rajoy era chefe do Governo espanhol quando decidiu, em 27 de outubro de 2017, intervir diretamente na administração da Catalunha, demitindo o executivo regional dirigido por Carles Puigdemont, que atualmente está na Bélgica fugido à justiça espanhola.
Também a 26 de fevereiro, daqui a uma semana, deverão testemunhar, entre outros, o ex-presidente do Governo regional catalão Artur Mas e o atual presidente do parlamento catalão, Roger Torrent.
No dia seguinte, serão ouvidos a ex-número dois de Mariano Rajoy, Soraya Saénz de Santamaría, e os antigos ministros do mesmo Governo Cristóbal Montoro e Juan Ignacio Zoido.
O julgamento dos 12 dirigentes independentistas catalães iniciou-se na terça-feira da semana passada e deverá demorar três meses, com a sentença a ser conhecida antes das férias de verão, segundo previsão feita pelo tribunal.
O julgamento está a ser transmitido em direto pela televisão e a ser seguido por mais de 600 jornalistas e 150 meios de comunicação social espanhóis e estrangeiros.
O Ministério Público pediu penas que vão até 25 anos de prisão contra os acusados, por alegados delitos de rebelião, sedição, desvio de fundos e desobediência.
Os acusados pretendem aproveitar o julgamento e a visibilidade que lhes é dada para promover a causa independentista, considerando que o processo é um “embuste” e que o Estado espanhol está a julgar “presos políticos” e não “políticos presos”.
O principal acusado no julgamento dos independentistas catalães, o ex-vice-presidente do governo regional Oriol Junqueras, disse na semana passada em tribunal que se considera um “prisioneiro político” que está a ser julgado pelas suas ideias.
“Neste momento considero-me um prisioneiro político” e estou a ser “acusado pelas minhas ideias e não pelos meus atos”, disse Junqueras, acrescentando que se considera “independentista, democrata e Republicano”.
No banco dos réus estão também vários ex-membros do antigo executivo regional, a antiga presidente do Parlamento catalão e os dirigentes de duas poderosas associações cívicas
A figura principal da tentativa de independência, o ex-presidente do Governo regional catalão Carles Puigdemont, que fugiu para a Bélgica, é o grande ausente neste processo, visto que Espanha não julga pessoas à revelia em delitos com este grau de gravidade.
Após realizar a 01 de outubro de 2017 um referendo sobre a independência proibido pela justiça, os separatistas catalães proclamaram a 27 de outubro do mesmo ano uma República catalã independente, decisão que levou o executivo de Rajoy a destituir Carles Puigdemont e a dissolver o parlamento regional.
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