Em abaixo-assinado, 49 médicos que trabalham naquele serviço do Hospital de Braga reivindicam aumentos salariais, o reforço da equipa de Urgência, o pagamento diferenciado do trabalho noturno e ao fim de semana e mais policiamento.
“Nas atuais condições, o resultado está à vista: há uma enorme dificuldade em compor as equipas de urgência, há noites em que há dois médicos para 70 doentes, há esperas que chegam a atingir as 12 horas nos casos menos urgentes e há a consequente insatisfação dos utentes, que muitas vezes resulta em violência”, disse Hugo Cadavez, dirigente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM).
Para Hugo Cadavez, o problema é que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) “não premeia devidamente” os médicos do seu quadro, acabando por privilegiar os prestadores de serviço.
“Os médicos com vínculo ao SNS recebem um terço, ou mesmo um quarto, daquilo que recebem os tarefeiros. Neste quadro, é, naturalmente, muito difícil cativar profissionais para o SNS”, sustentou.
O dirigente sindical disse ainda que “a maior dificuldade” está nas escalas do período noturno e do fim de semana, já que o valor pago “é sempre o mesmo”.
Em resposta enviada à Lusa, o Hospital de Braga diz que a administração “já se encontra a analisar as preocupações demonstradas, as quais se prendem principalmente com condições remuneratórias e com a criação da especialidade de Medicina de Urgência e Emergência”.
Acrescenta que o aumento de situações de violência, quer física quer verbal, e a “elevada” afluência ao Serviço de Urgência nos últimos meses são outras preocupações demonstradas.
“O conselho de administração reitera, assim, que se encontra empenhado na análise destes temas e em manter um diálogo estreito e permanente com as equipas e respetivos profissionais”, remata.
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