A reabertura das escolas está aí à porta, com milhares de crianças a prepararem o regresso, sendo que muitas dão o pontapé de saída para o ano escolar já esta semana.
Numa análise feita pelo Portal da Queixa, houve um total de 483 reclamações realizadas até ao momento. Destas, 424 foram dirigidas ao Ministério da Educação, Ciência e Inovação, nomeadamente devido à utilização do Portal das Matrículas, "que gerou 73.8% das queixas publicadas".
"A falta de vagas, com especial enfoque no pré-escolar, é o segundo motivo mais reportado. Uma realidade grave - que espelha a indignação e desespero de vários pais que não conseguiram colocação para os filhos neste ano letivo -, retratada em 15.7% das reclamações", lê-se.
Sempre com o Ministério como principal alvo, "os pais queixam-se também dos atrasos no pagamento de subsídios ou bolsas de mérito, a motivar 3.7% das ocorrências".
Mas as queixas não ficam por aqui. "Já a plataforma MEGA (Manuais Escolares Gratuitos), que soma este ano 59 reclamações, esteve na mira da insatisfação dos pais e encarregados de educação, sobretudo, nos últimos meses. Os principais motivos de reclamação estão relacionados com os atrasos na entrega dos manuais que já foram requisitados, a originar 35.2% das queixas apresentadas. Segue-se a falta de manuais (referente à falta de stock e entrega incompleta dos livros), motivo reportado em 33.3% das ocorrências. Já a dificuldade para obtenção do voucher (falta ou atraso) motivou 22.2% das denúncias", referem.
Os responsáveis pelo Portal da Queixam destacam ainda a forte possibilidade do crescimento do volume de reclamações durante o presente mês.
“Infelizmente, todos os anos, a marcar o regresso das aulas, constatamos na plataforma o avolumar de relatos de experiências negativas de pais e encarregados de educação, quer relacionadas com as dificuldades na utilização dos canais digitais do estado (portal das matrículas e plataforma MEGA), quer referentes à entrega dos respetivos manuais gratuitos e do material escolar. Na minha opinião, ainda mais preocupante, são os casos onde pais reportam a falta de vagas nas creches, com verdadeiros relatos de desespero e indignação. Antevemos ainda que, este mês de setembro, a tendência de crescimento do volume de reclamações se vá manter, pois já há consumidores a queixar-se da subida de preço do material escolar, motivo que certamente vai ainda gerar muitas queixas na plataforma”, salientou Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa.
Outro fator que levou a queixas por parte das famílias foi a subida dos valores do material escolar, com uma média estimada em 200 euros por estudante.
“É sempre importante pesquisar antes de comprar, comparar marcas e produtos, acompanhar as experiências públicas de outros consumidores, analisar bem as promoções, para assim o consumidor aproveitar realmente as oportunidades de poupança que podem surgir", diz Sónia Lage Lourenço, CEO do Portal da Queixa.
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