Em comunicado, a APG frisa que a “Operação Fátima” está a implicar “o empenhamento de um número extraordinário de profissionais da GNR, que estão a dar o melhor de si, com elevado profissionalismo, para que tudo decorra dentro da normalidade”.
Por isso, “foi com profunda perplexidade e indignação” que teve conhecimento de que "há profissionais que, durante esta operação, que durará em média quatro dias, ficarão alojados em condições sub-humanas”.
“Alguns profissionais irão pernoitar num pavilhão da Escola Prática de Polícia, em Torres Novas, sem acesso a instalações sanitárias que lhes permitam realizar a sua higiene pessoal diária e, ainda, sem alimentação garantida, na medida em que ficam sujeitos à existência de ‘sobras’ das refeições dos instruendos”, refere o comunicado da associação.
A APG lamenta que “colchões no chão, sem lençóis ou cobertores”, sejam “a dignidade que a instituição confere àqueles que a servem”.
“Estes profissionais, que se viram privados de usufruir das suas folgas por força do empenhamento mais que justificado nesta operação, mereciam o mínimo de condições para cumprirem a sua missão e não terem que prestar serviço em condições degradantes, que contrastam com os milhões de euros gastos no suporte à visita do papa”, considera.
No seu entender, parece que o planeamento foi feito “em cima do joelho”.
“Com boa vontade, queremos acreditar que foi uma solução de recurso, sendo certo que nada o justifica, quando este evento foi agendado com um ano de antecedência”, acrescenta.
A APG considera que, pelas suas características, a “Operação Fátima” deveria “sobressair pelo seu valor humano e, é lamentável que isso não aconteça, que sejam precisamente os profissionais da GNR, que deveriam ter direito ao descanso, à higiene e à alimentação a serem arredados da sua condição humana”.
“É grave que o comando-geral tenha conhecimento da situação, que foi denunciada pela APG/GNR, e que não se vislumbrem medidas com a merecida urgência, sendo certo que, se foram enviados responsáveis para apurar os factos ‘in loco’, estes nada mais fizeram do que tentar obter informações sobre a origem da denúncia”, acrescenta.
Na opinião da APG, esta situação “deveria envergonhar o governo, a ministra da Administração Interna e, sobretudo, os responsáveis da instituição”.
Francisco estará em Fátima hoje e no sábado, tornando-se o quarto papa a visitar o maior templo mariano do país. Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991, 2000) e Bento XVI (2010) foram os outros papas que estiveram em Fátima.
O líder da Igreja Católica preside à cerimónia de canonização dos pastorinhos Jacinta e Francisco Marto, no sábado. Tem ainda encontros agendados com o Presidente da República e com o primeiro-ministro, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, respetivamente.
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