Na cerimónia de homenagem aos heróis do 1.º de Dezembro, na praça dos Restauradores, Fernando Medina reafirmou os “grandes ideais da liberdade, do progresso, da solidariedade e da paz”, alertando para uma “Europa, em que a mistura explosiva dos nacionalismos agressivos e dos populismos violentos ameaça” os “valores fundamentais” das sociedades democráticas.
Na cerimónia, que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa que também depositou coroas de flores junto ao monumento, esteve também o ministro da Defesa Nacional, que manifestou o desejo de “atualização e transformação das Forças Armadas” para combater o “enorme deficit de conhecimento” da sociedade sobre aquela organização.
“Enquanto expressão dos valores nacionais, salvaguarda da vontade popular e garante último da soberania, a Defesa Nacional constitui um dos esteios da identidade portuguesa”, afirmou o ministro da Defesa.
O membro do executivo socialista lamentou o “enorme deficit de conhecimento e de compreensão do papel das Forças Armadas, que só pode ser ultrapassado com um debate amplo e inclusivo sobre os caminhos a prosseguir, no atual contexto internacional de grande incerteza”.
“Há uma vontade clara do Governo português, e em particular do Ministério da Defesa, de apostar na atualização e transformação das Forças Armadas (FA) para que estejam devidamente habilitadas a corresponder aos desafios com que nos confrontamos, e este processo requer um conhecimento mais amplo na sociedade portuguesa sobre a Defesa Nacional e o contributo que ela dá à salvaguarda da soberania nacional”, disse.
Segundo Gomes Cravinho, “os investimentos” perspetivados para as FA “garantem precisamente a interoperabilidade, a flexibilidade, a adaptabilidade e o duplo ou multiuso, respondendo simultaneamente a compromissos e interesses internacionais de Portugal e a missões de benefício para a população portuguesa”.
“A presença de Portugal nas organizações regionais e internacionais que suportam a segurança coletiva – falo aqui da NATO, mas também da União Europeia e da própria CPLP – tem de ser entendida como um contributo fundamental para promoção de uma visão de segurança humana, que coloca as pessoas em primeiro lugar. Simultaneamente, essa presença significa também uma responsabilidade partilhada pela definição e o combate às ameaças comuns que enfrentamos”, continuou referindo-se aos destacamentos nacionais na República Centro Africana, Afeganistão ou Lituânia.
No seu discurso, Fernando Medina salientou ainda que “Lisboa é hoje, mais do que nunca, uma cidade universal, onde diariamente convivem pessoas de todas as origens, nacionalidades, culturas, costumes, religiões”.
“Façamos da capital de Portugal um símbolo vivo, dinâmico e criativo desse universalismo sem o qual o futuro fica ameaçado. Façamos de Lisboa um exemplo ativo de descoberta e troca, de curiosidade pelo outro e de abertura ao mundo, de convivência e de tolerância”, desejou, a fim de reforçar, afirmar e renovar a identidade portuguesa “patrioticamente”.
Antes de Gomes Cravinho e de Medina, tinham discursado o coordenador do Movimento 1.º de Dezembro de 1640, Ribeiro e Castro, e o presidente da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, Alarcão Troni.
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