Na conferência de imprensa de balanço no centro multiúsos no Azinhal, Castro Marim, ficou confirmado que já arderam nove mil hectares na zona, sendo que o incêndio já tem um perímetro de 43 quilómetros, depois de registar uma "taxa de expansão de 650 hectares por hora".
Segundo Richard Marques, comandante operacional Distrital de Faro da Proteção Civil, até ao momento, o fogo, que se estendeu "de forma fulminante" para os concelhos de Vila Real de Santo António e Tavira durante a tarde de segunda-feira, "lavrou com muita intensidade", pelo que o "potencial" é de "20.000 hectares".
O comandante referiu que, apesar das difíceis condições meteorológicas, foi possível durante a noite "executar o plano estratégico de ação" e que na manhã de hoje está a ser consolidado o grande objetivo de "sustentar a capacidade de travar" a progressão das chamas.
Apesar dos danos materiais, com casas e culturas atingidas, numa contabilização ainda por fazer, apenas um bombeiro ficou ferido, sem gravidade.
Fogo obrigou a retirar de casa 81 pessoas e a evacuar canil
Richard Marques revelou que foi necessário retirar "80 cães e 110 gatos" do Canil Intermunicipal de Castro Marim – Vila Real de Santo António, que foram colocados em Tavira e Loulé, com o apoio de voluntários.
Marco Ferreira, da Guarda Nacional Republicana, adiantou que desde o início do incêndio foi necessário "evacuar 12 localidades" e que "81 pessoas foram deslocadas para locais seguros", destacando a "ausência de feridos na população".
Quanto a edifícios destruídos, o representante indicou que o levantamento será feito assim que for possível, referindo ter conhecimento apenas de uma oficina danificada.
Presente na conferência, a presidente da Câmara de Tavira, Ana Paula Martins, afirmou ter testemunhado “algumas habitações pelo menos parcialmente afetadas” e destacou que a zona da mata da Santa Rita "foi muito afetada", tendo o fogo destruído a zona de lazer.
O presidente da Câmara de Castro Marim, Francisco Amaral, relatou a "tristeza" de muitos habitantes que viram reduzidos a zero o seu rendimento, já que ficaram com as suas culturas e pomares "totalmente destruídos".
O governante realçou que alguns populares tiveram de combater as chamas que ameaçavam as suas habitações "pelas suas próprias mãos", devido à ausência de bombeiros.
Já o presidente de Câmara de Vila Real de Santo António, anunciou que o incêndio provocou “bastantes estragos” na freguesia de Vila Nova de Cacela e enalteceu a “ação cívica” das populações na retirada dos animais do canil, que foi feita com “prudência e sucesso”.
O alerta para o incêndio rural foi dado às 01:05 de segunda-feira e o fogo chegou a ser dado como dominado pelas 10:20, mas o “quadro meteorológico severo”, com altas temperaturas e vento, estiveram na origem de uma “reativação muito forte, em pleno período crítico do dia, junto à cabeça/flanco direito do incêndio original, e este ficou rapidamente fora da capacidade de extinção”, explicou anteriormente Richard Marques.
As chamas chegaram depois aos concelhos vizinhos de Vila Real de Santo António e Tavira.
Às 12:30 de hoje encontravam-se 630 operacionais mobilizados, apoiados por 209 meios terrestres e oito meios aéreos, indicava a página da Proteção Civil portuguesa.
A22 reaberta ao trânsito nos concelhos afetados pelo fogo
Durante a conferência de conferência de imprensa também foi anunciado que a A22, conhecida como a Via do Infante, já se encontra aberta ao trânsito em ambos os sentidos.
A Via do Infante – Autoestrada 22, no Algarve, ficou hoje totalmente aberta ao trânsito, segundo as autoridades, que vão continuar a enfrentar durante o dia condições meteorológicas adversas no combate ao fogo que deflagrou em Castro Marim.
Na conferência de imprensa de balanço no centro multiúsos no Azinhal, Castro Marim, pouco depois das 11:00, Marco Ferreira, da Guarda Nacional Republicana, deu conta de que a A22 já foi reaberta ao trânsito nos concelhos atingidos pelo fogo, depois de um corte iniciado já na segunda-feira.
O militar recomendou a quem está de férias na zona este do Algarve para que se "mantenha atento" aos meios de comunicação social e às redes sociais, para estar atualizado em relação à circulação rodoviária, nomeadamente na A22 e Estrada Nacional 125.
Na mesma conferência de imprensa, que ocorreu pouco depois das 11:00, o comandante das operações de socorro, Richard Marques, assumiu que o objetivo de hoje é dar o incêndio como dominado, mas sublinhou que o seu perímetro “não está contido”.
Apesar de alguma diminuição da temperatura máxima prevista para hoje, o responsável assumiu que o quadro meteorológico “é desafiante”, existindo alguns “pontos quentes”, nomeadamente, a norte, a Mata Nacional da Conceição (Mata de Santa Rita), onde as chamas destruíram a área de lazer e piquenique.
Outro ponto quente fica “mais a norte, mas virado para oeste” - "devido à proximidade a alguns populações", esta área requer que seja feita ”alguma consolidação em pontos muitos específicos e perfeitamente identificados”, assumiu.
Richard Marques revelou alguma preocupação relativamente ao quadro meteorológico de hoje, uma vez que “será similar” ao de segunda-feira, mas está prevista uma mudança da direção do vento que vai "coincidir com o período crítico do dia”.
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