“Vamos fazer o que está no quadro do Plano República [destacamento militar para salvaguardar a ordem e a segurança]. Vamos esperar pela decisão do povo transmitida através do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e pronto”, disse López num ato que assinalou, em Caracas, o 241.º aniversário do nascimento de Simón Bolívar.
“Quem ganhou vai avançar com o seu projeto de governo e quem perdeu pode ir descansar”, adiantou López, criticando “o joguinho das sondagens (…) que se quer impor sobre as instituições”, nomeadamente o CNE e as Forças Armadas (FANB), para “esbater a missão das FANB e das outras instituições do Estado no quadro (…) do fiel cumprimento da Constituição”.
Padrino López chamou a atenção aos “camaradas militares” para que “não caiam na armadilha das tendências virtuais através das redes” sociais.
A oposição venezuelana tem vindo a reivindicar vantagem nas sondagens para as eleições presidenciais sobre o atual chefe de Estado e candidato à reeleição, Nicolás Maduro.
Nicolás Maduro Guerra, filho do Presidente, disse aos jornalistas que se perder o regime acatará os resultados, sublinhando, no entanto, que as forças que apoiam o Governo venezuelano têm “vantagem em votos” com relação à oposição.
“Este ano, nunca tivemos números com um valor inferior [ao da oposição]. Nem em janeiro, nem em fevereiro, nem em março. Pode-se falar, em algum momento, com números mais conservadores, de algum tipo de empate técnico”, disse numa entrevista ao diário espanhol El País, divulgada pela imprensa venezuelana.
Na semana passada, Nicolás Maduro radicalizou o seu discurso político e afirmou que, se não for reeleito nas presidenciais de domingo, o país poderá deparar-se com um banho de sangue.
Na terça-feira, Maduro decidiu contextualizar estas declarações, afirmando que foram uma “reflexão”.
“Não disse mentiras, apenas fiz uma reflexão, quem se assustou que tome um chá de camomila porque o povo da Venezuela está curado do seu medo e sabe o que estou a dizer, e na Venezuela triunfará a paz”, afirmou.
O Presidente venezuelano respondia às declarações do seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, sem o mencionar diretamente, que disse ter ficado assustado quando Maduro afirmou que se perder as eleições de domingo haverá “um banho de sangue”, numa tentativa, segundo a oposição, de provocar a abstenção entre os que defendem a sua destituição do poder.
Mais de 21,6 milhões de venezuelanos são chamados a votar nas presidenciais venezuelanas de domingo, nas quais concorrem dez candidatos.
Nestas eleições, Maduro enfrenta nas urnas Edmundo Gonzalez Urrutia, o candidato da oposição que a maioria das sondagens coloca na liderança.
Comentários