A mulher de Alexei Navalny está entre as quase 400 pessoas detidas hoje nas manifestações que ocorrem em toda a Rússia em apoio ao opositor russo, que está em prisão preventiva até, pelo menos, 15 de fevereiro.
Yulia Navalnaya anunciou que foi detida hoje pela polícia em Moscovo, durante a manifestação em apoio ao seu marido.
“Desculpem a má qualidade [da foto], a luz é má na carrinha celular”, escreveu na sua conta na rede social Instagram, publicando uma ‘selfie’ tirada numa viatura policial.
De acordo com o portal OVD-info, pelo menos 381 pessoas foram detidas até ao momento em todo o país pelas forças de segurança, muitas vezes com recurso à violência.
As manifestações acontecem em 93 cidades, com o lema “Liberdade!”, para exigir a libertação de Navalny.
Em Moscovo, onde a marcha para exigir a libertação de Navalny começou às 14:00 locais (11:00 em Lisboa) na praça Pushkin, as detenções começaram antes mesmo do começo do protesto.
Houve confrontos esporádicos entre polícias antimotim que usaram os cassetetes contra manifestantes que lhes atiravam bolas de neve.
Grande parte da multidão dirigia-se no meio da tarde para a Praça do Manege, próximo ao Kremlin.
As autoridades russas já haviam alertado nos últimos dias, através da polícia e do Ministério Público, que tomariam medidas contra os participantes nas manifestações não autorizadas.
Na quinta-feira, as autoridades russas iniciaram uma campanha de assédio contra ativistas e principais colaboradores de Navalny para tentar impedir os protestos de hoje com a prisão de vários deles, como a sua porta-voz Kira Yarmish, que irá cumprir nove dias de prisão.
Cartazes com frases “Liberdade” e gritos como “Putin, ladrão!" ou "Nós somos o poder!" foram ouvidas hoje em todo o país nas manifestações a favor do líder da oposição.
Uma hora antes da manifestação marcada para as 14:00 (11:00 em Lisboa), a polícia antimotim, presente em grande número, deteve as pessoas que iriam se juntar à manifestação, trancando-as em carrinhas celulares, segundo o relato de jornalistas da agência de notícias AFP.
A polícia russa já havia detido esta semana, antes das mobilizações, líderes aliados de Alexei Navalny, dois dos quais foram condenados na sexta-feira a curtas penas de prisão.
Alexei Navalny foi detido ao voltar à Rússia no dia 17 de janeiro, depois de cinco meses de convalescença na Alemanha devido a um envenenamento, acusado de violar as medidas de controlo judicial (por estar em condicional, relacionada a outro processo na justiça russa) ao sair do país.
Navalny vai permanecer em prisão preventiva até, pelo menos, 15 de fevereiro.
Comentários