A escolha de Francisco Frazão, entre os 27 candidatos, foi feita por um júri constituído por Joana Gomes Cardoso, da EFEAC, Sofia Campos, administradora do Teatro Nacional D. Maria II, Maria João Guardão, jornalista, e Pedro Costa, do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa/Dinamia - Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica e o Território.
“Devido a um conflito de interesses, o coreógrafo Rui Horta escusou-se do júri, depois da primeira análise das candidaturas”, explica a EGEAC em comunicado enviado à agência Lusa.
Entre as 27 candidaturas, as de Francisco Frazão, John Romão, Mickael Oliveira e João Garcia Miguel “obtiveram as três pontuações mais elevadas, duas atribuídas ex-aequo, tendo por isso sido selecionadas para a fase de entrevistas”, segundo a mesma fonte.
Relativamente à candidatura de Francisco Frazão, o júri “apreciou uma posição curatorial permanentemente aberta, garantindo autonomia aos objetos e processos artísticos programados, bem como a apresentação de uma programação a dois tempos, que responde tanto à necessidade premente de visibilidade e sustentação dos criadores emergentes e experimentais, quanto à de contrariar a velocidade atual de programação na cidade”, refere a EFEAC.
Francisco Frazão foi programador de teatro da Culturgest, em Lisboa, é licenciado em Línguas e Literaturas Modernas, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Entre 2000 e 2004 fez parte da comissão de leitura da companhia Artistas Unidos. Frazão traduziu autores como Samuel Beckett, Harold Pinter, Stephen Greenhorn, Howard Barker, Tim Crouch, Abi Morgan, Katori Hall, Chris Thorpe e Tim Etchells.
Segundo o 'site' da Culturgest, o novo diretor do Teatro do Bairro Alto, antiga sede do grupo Teatro da Cornucópia, tem publicado artigos e dado aulas sobre teatro, cinema e literatura.
O Teatro do Bairro Alto foi sede da companhia de Teatro da Cornucópia, de 1975 a 17 de dezembro de 2016, dia em que a companhia fundada em 1973 por Luís Miguel Cintra e Jorge Silva Melo cumpria 43 anos.
A inclusão do Teatro do Bairro Alto nas salas municipais da capital surgiu no âmbito da remodelação desta rede, anunciada pela vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto, em dezembro do ano passado.
A presença deste edifício entre os teatros municipais permitiu, segundo a vereadora, garantir a sua manutenção enquanto espaço teatral, numa zona que mantém uma dinâmica cultural relevante, que se pretende reforçar com este projeto, apesar das alterações que tem sofrido.
Incluir o Teatro do Bairro Alto, situado na rua Tenente Raul Cascais, na rede dos teatros municipais, permitiu também evitar que o "emblemático edifício", ligado ao teatro, se tornasse num espaço de serviços, segundo os responsáveis.
Para a direção artística do Teatro do Bairro Alto, a autarquia pretendia um projeto que vá ao encontro do seu formato ‘black box’, direcionado, sobretudo, para a criação artística contemporânea.
Pretende ainda a Câmara que o projeto a desenvolver no Teatro do Bairro Alto seja direcionado para a apresentação de propostas experimentais, no âmbito das artes de palco, nomeadamente dança, teatro, música e 'performance'.
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