Numa mensagem enviada esta quarta-feira aos trabalhadores, a que a Lusa teve acesso, o gestor recordou os tempos complicados dos últimos dois anos, em que o setor da aviação enfrentou dificuldades por causa da pandemia.
“Em 2020 pedi a vossa confiança e solidariedade para garantir, através de um esforço coletivo geral, a manutenção dos postos de trabalho, a fim de proteger as nossas equipas e as suas famílias e para recuperar quando o contexto for mais favorável”, referiu.
“Hoje podemos afirmar que os esforços que quase todos nós concordamos fazer, tornaram possível evitar as situações mais difíceis que a maioria das empresas do setor estão hoje a viver”, indicou.
Segundo o presidente da ANA, no ano passado “foram atingidos níveis históricos de endividamento nas empresas” do setor, sendo que para “reconstruir a capacidade da empresa de resistir às crises”, o grupo decidiu “lançar a reforma” do seu “contrato social e económico”.
“O objetivo desta reforma não é degradar a compensação económica do trabalho” e sim, garantiu, “distribuir melhor o valor acrescentado criado, em benefício daqueles que para ele contribuem e permitir que esta base de distribuição seja aumentada através de ganhos de produtividade que possam beneficiar todos”.
O presidente da ANA reconheceu que ações como a denúncia do acordo de empresa e a suspensão da contribuição da empresa para o fundo de pensões, que têm sido criticadas pelos sindicatos, podem dar a impressão de “não considerar os esforços realizados”, acrescentando que o objetivo é “estabelecer com os parceiros sociais um diálogo aberto e realista” sobre as mudanças que considera ser preciso realizar.
“Cabe a todas as partes envolvidas aceitar definir, pela negociação, um novo equilíbrio que permitiria antecipar a retoma de certos benefícios”.
Por isso, referiu, tendo em conta que os esforços “estão a começar a produzir os seus efeitos” e a empresa “registou um ligeiro lucro no ano financeiro de 2021”, o grupo está “agora em condições, mantendo embora uma prudência necessária, de partilhar o benefício deste regresso a um melhor equilíbrio”.
“Decidiu, portanto, a Comissão Executiva, atribuir aos trabalhadores da ANA um prémio excecional no salário de abril”, indicou.
A Lusa questionou a ANA sobre o valor deste prémio, mas a empresa não deu mais informações.
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