"É natural que as circunstâncias em que se deu a morte provoquem uma emotividade forte, generalizada e, digamos, uma onda de choque, foi uma espécie de choque terrível, brutal, muita emotividade social, e portanto, isso gera sentimentos de dor, de consternação, mas também de revolta", declarou Jorge Carlos Fonseca, em entrevista à agência Lusa em Maputo.
O chefe de Estado cabo-verdiano assinalou que os contornos da morte de Luís Giovani Rodrigues causaram uma "reação forte e apimentada" no seio da população cabo-verdiana.
A animosidade gerada pelo homicídio "aconteceria, se as circunstâncias tivessem envolvido um moçambicano ou um português, ou um brasileiro", considerou.
"Mas o fundamental é que este evento seja devidamente investigado, que as investigações corram o seu curso normal e que afinal as instituições judiciais portuguesas, no processo adequado, de acordo com a legislação vigente em Portugal, façam a justiça devida a este caso", frisou Jorge Carlos Fonseca.
A Polícia Judiciária (PJ) portuguesa deteve cinco suspeitos da morte do estudante cabo-verdiano, que chegaram cerca das 15:15 de hoje ao Tribunal de Bragança para interrogatório judicial e aplicação das medidas de coação.
Os suspeitos são de Bragança e foram detidos, na quinta-feira, tendo sido levados para as instalações da PJ em Vila Real.
A PJ transportou os detidos ao início da tarde novamente para Bragança, depois de uma conferência de imprensa em que prestou esclarecimentos sobre as agressões ocorridas em 21 de dezembro, à porta de um estabelecimento de diversão noturna, que levaram à morte do estudante em 31 de dezembro, num hospital do Porto.
Os cinco detidos pelo envolvimento na morte do estudante cabo-verdiano, de 21 anos, estão indiciados por um crime de homicídio qualificado e três de tentativa de homicídio.
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