Na visita à Mata Nacional de Leiria, onde se vai iniciar a reflorestação de 460 hectares após o incêndio de outubro de 2017, Miguel Freitas sublinhou que o calendário tem vindo a ser cumprido à risca desde que foi apresentado.
“O que correu menos bem foi a venda da madeira. Tínhamos uma expectativa que não correspondeu àquilo que foi a capacidade de absorção por parte do mercado. Estamos a encontrar outras fontes de financiamento para além daquilo que foi a venda da madeira”, revelou o secretário de Estado.
Nesse sentido, o Governo recorreu ao Fundo Florestal Permanente para concretizar o “investimento de seis milhões de euros para a recuperação de matas públicas, mais os três milhões de euros para a proteção florestal”.
O governante sublinhou que os 460 hectares de terreno, de 14 talhões, do Pinhal de Leiria, vão ficar preparados até maio para se poder iniciar a plantação de pinheiros mansos e pinheiros bravos.
Miguel Freitas considerou a sua visita como um “ato simbólico”, que “marca o dia em que o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas [ICNF] iniciou a recuperação das áreas ardidas”.
“Tivemos um primeiro tempo de exploração florestal, cujo objetivo foi tirar a madeira mais nobre para a valorizar no mercado. O que distingue esta operação daquela que iniciámos o nosso trajeto é que a primeira é de exploração florestal, onde percebemos qual a regeneração natural. Vamos fazer uma floresta a partir da regeneração ou, em alguns casos, fazer a melhoria da regeneração com nova reflorestação. Esta é uma área verdadeiramente nova que vamos trabalhar”, reforçou.
O secretário de Estado lembrou que vão ser investidos neste primeiro ano seis milhões de euros, ou seja, “45% do total de investimento nas matas públicas litorais”, o restante valor — nove milhões de euros – “é para a proteção florestal do que não ardeu”.
Miguel Freitas, que adiantou que o investimento no Pinhal de Leiria será de três milhões de euros, destacou a importância das ações de voluntariado que decorreram em alguns talhões do Pinhal de Leiria.
“O voluntariado é importante, porque consegue, com mais gente no terreno, fazer mais e mais depressa. Esperamos que essa ação de voluntariado prossiga, porque é essencial para sermos capazes de fazer mais do que estes 500 hectares que são da responsabilidade do ICNF e que assumimos fazer até ao próximo mês de maio”, frisou.
Miguel Freitas garantiu ainda que a intervenção na mata está sempre condicionada às condições climatéricas.
“Temos colocado aqui todo o financiamento necessário. Não é um problema de dinheiro. A expectativa das pessoas é sempre grande. Percebemos que as pessoas olhem para isto e parece que não está a ser feito nada. Eu próprio vou andando e parece que nada aconteceu, mas está a acontecer muita coisa como já percebemos”.
Nos incêndios de outubro de 2017, na região Centro, morreram 50 pessoas e cerca de 70 ficaram feridas, tendo sido destruídas total ou parcialmente cerca de 1.500 casas e mais de 500 empresas.
Na Marinha Grande, entre outros danos, 80 por cento do Pinhal de Leiria, também conhecido por Mata Nacional de Leiria ou Pinhal do Rei, ardeu nestes fogos.
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