Em declarações à agência Lusa e à RTP à margem da participação na Universidade de Outono do Podemos, em Madrid, Espanha, Catarina Martins foi questionada sobre a remodelação do Governo feita hoje pelo primeiro-ministro, António Costa, a mais abrangente do executivo, que mudou os ministros da Defesa, Economia, Saúde e Cultura.
"As remodelações dos governos são normais, são naturais, fazem parte da vida. Não nos importa a nós discutir agora os nomes, o que importa são as decisões que vêm, o que vai acontecer", começou por responder.
Sobre o ‘timing’ desta remodelação, a coordenadora do BE admitiu que "apanha o país um bocadinho desprevenido, neste momento", sendo certo que "era esperada pelo menos a substituição do ministro da Defesa".
"Há duas preocupações que nós temos e que não posso esconder. Uma preocupação com a saúde e o caminho da Lei da Bases da Saúde. Veremos se a remodelação corresponde a um esforço de fazer avançar dossiês que são tão importantes como esse", disse.
A outra preocupação do partido, que apoia parlamentarmente o Governo minoritário do PS, "é a questão da energia".
"Pela primeira vez há alguma capacidade de fazer a EDP pagar pelos sobrecustos que tem tido. O BE tem-se empenhado muito nesse dossiê. Esperemos que esse trabalho seja para continuar e para aprofundar e que não haja nenhum retrocesso", avisou.
Sobre a eventualidade desta remodelação poder provocar instabilidade no processo orçamental, Catarina Martins disse apenas que "o Governo, como um todo, terá de responder por aquilo que foi negociado e por aquilo que está acordado".
"E também pelos dossiês que ainda estão em aberto e que ainda precisam de ter acompanhamento ao longo deste tempo. Como sabem a especialidade de um orçamento é sempre algo complexo", acrescentou.
Para o BE, insistiu a líder, "o que importa é que os dossiês que estão em negociação e em aberto continuem esse trabalho e que o que está acordado e fechado seja cumprido".
"Há depois outras pastas, como por exemplo a cultura, que sendo um ministério nunca teve verdadeiramente o peso de um ministério", disse ainda.
Remetendo mais comentários para depois de uma análise com mais tempo desta remodelação, Catarina Martins quis registar que "há mais duas mulheres", o que considera ser "sempre um dado democrático bom porque a paridade também diz alguma coisa da sua qualidade de democracia".
A mudança dos ministros da Defesa, da Economia, da Saúde e da Cultura, hoje aceite pelo Presidente da República, é a terceira remodelação em termos ministeriais e a mais abrangente no Governo chefiado por António Costa.
(Notícia atualizada às 15:28)
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