Em declarações aos jornalistas à margem de uma visita ao litoral de Esposende, Duarte Cordeiro sublinhou que os territórios que tenham minas de lítio “têm de ser devidamente compensados” e que é necessário haver projetos de proteção dos valores naturais locais.
“Se for possível, como tem vindo a perspetivar-se, explorar lítio de forma ambientalmente controlada e mitigada, o Governo dará todo o seu apoio, porque é absolutamente crítico para o nosso país”, referiu.
Duarte Cordeiro reagia, assim, ao relatório da Agência Internacional de Energia que revela que o investimento na exploração do lítio registou, em 2022, um aumento de 50% potenciado pelo setor energético.
“O lítio é um material absolutamente crítico para a transição energética e a União Europeia tem vindo a classificá-lo como tal”, referiu.
O ministro lembrou que Portugal “tem procurado, de forma cautelosa”, avaliar as condições e os recursos que tem, com dois projetos “mais adiantados”, um em Boticas e o outro em Montalegre.
Concretamente em relação a Boticas, disse que “já tem uma evolução muito significativa face àquilo que era o primeiro projeto que foi apresentado”.
“O Governo confia na Agência Portuguesa do Ambiente e no trabalho que tem vindo a ser realizado”, afirmou.
Ressalvou que o lítio que é explorado em Portugal deve “preferencialmente” ser refinado também em Portugal, criando uma cadeia de valor ligada às baterias.
“Nós temos de aproveitar os recursos que temos, que são determinantes para a transição energética, e temos de aproveitar a cadeia de valor de todos esses materiais que são determinantes para essa transição. É esse trabalho que está a ser feito, é isso que nós vamos procurar fazer. E acreditamos muito que temos potencial a explorar”, adiantou.
Duarte Cordeiro disse acreditar que é possível compatibilizar a mitigação ambiental com a exploração de lítio, minimizando os impactos.
“O nosso país é considerado um país com enormes reservas de lítio e nós não podemos desperdiçar a oportunidade de as explorar de forma ambientalmente consciente”, vincou, admitindo que “seria hipócrita” dizer que não há impactos de projetos de mineração de lítio.
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