A decisão foi tomada em Conselho de Ministros extraordinário. O estado de alerta – nome exato deste regime de exceção que corresponde a um estado de emergência sanitária – entra em vigor já hoje, por 15 dias, e poderá ser prorrogado até 9 de maio.

O decreto do estado de emergência obriga ao recolher obrigatório, em todo o país, entre as 23h00 e as 06h00 — ao contrário do declarado em março, que obrigava ao confinamento geral da população. Este horário pode ser ajustado pelas autonomias em uma hora para mais cedo ou mais tarde.

Só as Canárias ficam de fora do recolher obrigatório.

Escreve o El País que o Governo não tem intenção de voltar ao bloqueio total de março e à paralisação económica quase absoluta.

A aplicação do decreto recai sobre os presidentes das comunidades. Para além do confinamento noturno, estabelece-se a restrição de reuniões sociais (até seis pessoas) e a proibição de viagens entre algumas comunidades autónomas, salvo por motivos justificáveis.

Este é o o terceiro estado de emergência decretado pelo governo de Sánchez para lidar com a pandemia, depois do declarado em março (estendido seis vezes, até junho) e do declarado na cidade de Madrid e outros municípios da Comunidade.

O estado de alarme foi decretado pela primeira vez em Espanha a 10 de dezembro de 2010, quando uma greve de controladores aéreos obrigou ao cancelamento do tráfego aéreo no país.

O Ministério da Saúde espanhol notificou hoje 19.851 novos casos de covid-19, 8.293 nas últimas 24 horas, pelo que o total de contágios subiu para 1.046.132 desde o início da pandemia.

Nos últimos 14 dias, o índice de incidência acumulada (casos por 100.000 habitantes) é de 361,66 (superior em mais 12 pontos do que na véspera), bem como a pressão hospitalar, que subiu de 11,8 para as 12,11, e a ocupação das unidades de cuidados intensivos passou de 21,85 na quinta-feira para 22,84 hoje.

Entretanto, e com a pressão dos novos casos diários, a comunidade de Madrid vai proibir as reuniões sociais a partir de sábado em toda a região desde a meia-noite até às 06:00 entre as pessoas que não vivam em conjunto, tanto em espaços públicos como privados.

Esta sexta-feira, o presidente do Governo espanhol admitiu que o número real de infetados com o novo coronavírus em Espanha é de três milhões de pessoas, embora o registo oficial o coloque em um milhão.

[Notícia atualizada às 13h38]