A detenção “pressupõe a perda de liderança dentro da organização terrorista e a eliminação da sua estrutura de direção encarregada da gestão do arsenal de armas e explosivos que a organização ainda tem em seu poder”, lê-se num comunicado do Ministério do Interior.
“A sua detenção enfraquece a ETA no seu conjunto e faz com que volte a perder o seu ponto de referência no prazo de um ano, o que lhe torna difícil alcançar qualquer dos seus objetivos”, acrescenta o texto.
A presidente da Fundação Vítimas do Terrorismo, María del Mar Blanco, congratulou-se com “a boa notícia” que fez deste “um dia especial”, mas apelou às autoridades para que não baixem guarda, “ainda que só restem cinco” membros da ETA.
Blanco manifestou satisfação por “uma vez mais” serem claros os esforços da Guardia Civil espanhola para “decapitar” a organização.
A responsável apelou para que continuem a “ser usados todos os meios do Estado de Direito” para alcançar o objetivo de “dissolver a ETA de modo incondicional”.
Na operação conjunta das polícias francesa e espanhola desta manhã em Ascain, no sul de França, foi detido, além de Mikel Irastorza, um casal, um espanhol e uma francesa, em cuja casa o dirigente da ETA estava alojado.
Mikel Irastorza Artola, 41 anos, nascido em San Sebastián, era o máximo responsável da ETA há cerca de um ano, desde a detenção de David Pla e Iratxe Sorzábal, em setembro de 2015.
A ETA anunciou em 2011 que renunciava à violência na luta pela independência do País Basco, mas até hoje não concluiu o seu desarmamento.
Fundada em 1959, durante a ditadura de Francisco Franco, a ETA é considerada responsável pela morte de mais de 800 pessoas.
O primeiro homicídio remonta a 1968 e os últimos ataques a março de 2010, em França, quando membros do grupo assassinaram um polícia a tiro perto de Paris, e a julho de 2009, em Espanha, quando um carro armadilhado matou dois polícias na ilha de Maiorca.
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