"Relativamente ao 'timing', o Governo escolheu a melhor altura porque consegue que remodelação não fique no centro da atualidade política. Estamos em pleno debate do OE2019. [O 'timing'] parece que foi propositadamente escolhido, hoje, para que não ocupar o centro da atualidade", disse à Lusa o deputado do PAN.
O primeiro-ministro fez hoje a terceira e maior remodelação do atual executivo socialista, envolvendo quatro ministérios, com a substituição, na Defesa, de Azeredo Lopes por João Gomes Cravinho, e na Economia, de Manuel Caldeira Cabral por Pedro Siza Vieira.
António Costa propôs ainda as mudanças do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, substituído por Marta Temido, e do ministro da Cultura, pasta em que Graça Fonseca sucede a Luís Filipe Castro Mendes - nomeações já aceites pelo Presidente da República.
"O novo ministro da Economia terá como grande desafio o setor do turismo porque o país precisa de encontrar formas mais sustentáveis para esta atividade e de descentralizar as grandes massas dos centros urbanos. Espero que seja capaz de conseguir encontrar formas alternativas", desejou André Silva.
Sobre a pasta da Defesa, que suscitou as alterações em virtude da demissão de Azeredo Lopes na sequência da polémica sobre desaparecimento de armas dos paióis de Tancos, o parlamentar do PAN referiu que o nome escolhido é o de "uma pessoa conhecida e reconhecida, com um currículo impressionante", estimando que a opção foi por uma "figura consensual capaz de reabilitar a imagem das forças armadas, bastante manchada nos últimos tempos".
"À nova Ministra da Cultura não conhecemos as posições sobre as tradições mais anacrónicas no nosso país, nomeadamente a tauromaquia. Esperamos que traga uma nova perspetiva sobre a matéria, de acordo com os valores éticos mais progressistas do século XXI", continuou André Silva.
Em termos de orgânica, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, passa a ser ministro do Ambiente e da Transição Energética, com a inclusão da Secretaria de Estado da Energia na sua esfera de competências.
A Secretaria de Estado da Energia, desde a formação do atual Governo, esteve na área da Economia.
"Quanto à transição energética, faz todo o sentido que seja incluída no Ministério do Ambiente. É necessário pensar de que formas ambientalmente sustentáveis o país pode dispensar as fontes de energia baseadas em hidrocarbonetos, mas mais importante é fazer-se uma alteração de paradigma e de prioridades nas políticas ambientais, que têm privilegiado os agentes económicos em detrimento do bem comum", disse.
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