O presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), Carlos Ramalho, disse, sem precisar números, que a greve levou ao adiamento de consultas nos centros de saúde e em hospitais e ao cancelamento de cirurgias programadas, afetando alguns serviços de internamento.

As urgências hospitalares e dos cuidados de saúde primários funcionaram com serviços mínimos de enfermagem.

Numa referência à carência de recursos no SNS, Carlos Ramalho afirmou que, por norma, o Serviço Nacional de Saúde “está cada vez mais a trabalhar em serviços mínimos”, criticando “as propostas quase insultuosas” da tutela, que “não correspondem minimamente” às pretensões dos enfermeiros.

A greve, que começou às 00:00 de terça-feira e termina às 23:59 de hoje, abrange os 18 concelhos da AML e coincide com a realização em Lisboa da Jornada Mundial da Juventude, o maior evento da Igreja Católica, com a presença do Papa Francisco.

A paralisação coincidiu ainda, na terça e quarta-feira, com a greve dos médicos em todo o país promovida pela Federação Nacional dos Médicos (Fnam).

O Sindepor reclama, entre outros itens, uma avaliação de desempenho justa, transparente e exequível, a integração nos quadros dos enfermeiros precários e a abertura imediata de negociações com o Ministério da Saúde para uma nova carreira de enfermagem que compense o risco, o desgaste rápido e a penosidade associados à profissão.

O sindicato promete avançar com mais greves até ao fim do ano se o Governo não atender às reivindicações.

A AML agrega os concelhos de Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.