Dos mais de 40 funcionários judiciais, “apenas três, um de cada secção, fizeram greve”, indicou à Lusa o secretário do Tribunal, António Carrazedo, salientando que “se não houver julgamentos, não será por causa da greve”.
E durante a manhã de hoje não decorreu qualquer julgamento porque não estava nenhum agendado, nem diligências de maior, como é habitual à sexta-feira, dia em que os magistrados vão de fim de semana.
“Está tudo normal”, atestava Rui Costa, um cidadão que foi tratar de um assunto pessoal à secção central, onde os funcionários ocupavam as respetivas secretárias, enquanto outros transportavam processos e peças processuais de um lado para o outro.
“Está toda a gente a trabalhar praticamente”, garantiu o secretário do Tribunal, indicando que, enquanto em Bragança fizeram greve três funcionários, noutros tribunais da região como Vinhais, Vimioso e Miranda do Douro “está tudo a trabalhar”, não houve qualquer adesão à greve.
A sexta-feira “costuma ser calma” com os funcionários nos postos de trabalho, mas com pouco movimento de outros agentes e mesmo cidadãos para tratarem de processos.
A adesão à greve, a nível nacional, no segundo turno dos hospitais e nas escolas estava, às 10:00 de hoje, próxima dos 100%, segundo a coordenadora da Frente Comum de sindicatos da Função Pública, Ana Avoila.
Os professores também estão a cumprir uma greve, convocada pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof) em defesa dos direitos, das carreiras, da estabilidade e dos salários.
Em causa na greve nacional está a falta de respostas às reivindicações da Frente Comum, como o aumento dos salários na função pública, o descongelamento "imediato" das progressões na carreira e as 35 horas semanais para todos os trabalhadores.
Esta é a terceira greve nacional dos trabalhadores da Administração Pública com o atual Governo e a primeira convocada pela Frente Comum de Sindicatos, segundo a listagem cedida pela estrutura sindical.
A primeira greve com o executivo de António Costa ocorreu em 29 de janeiro de 2016 e foi convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos da Administração Pública, assim como a de 26 de maio deste ano, que teve como objetivo reivindicar aumentos salariais, o descongelamento das carreiras, o pagamento de horas extraordinárias e a redução do horário de trabalho para 35 horas em todos os serviços do Estado.
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