Segundo Vítor Marques, um dos enfermeiros que participou na criação de um fundo solidário para pagar aos enfermeiros dos blocos operatórios que aderissem à greve, a paralisação desta quinta-feira obrigou ao cancelamento de um total de 19 cirurgias no centro hospitalar.
No Hospital São Bernardo foram canceladas 19 cirurgias programadas. No Hospital do Outão, que também integra o centro hospitalar, não foi cancelada nenhuma cirurgia porque os próprios médicos decidiram não marcar nenhuma cirurgia para este dia de greve dos enfermeiros", acrescentou.
Segundo Vítor Marques, embora o enfoque da greve seja nos blocos operatórios, o pré-aviso abrange todos os enfermeiros e houve outros serviços do centro hospitalar em que houve algumas adesões, designadamente na Obstetrícia e nos Cuidados Intensivos.
Vítor Marques referiu ainda que os enfermeiros cumpriram os serviços mínimos, pelo que não foram afetadas as cirurgias de urgência nem as cirurgias oncológicas que correspondam aos critérios estabelecidos previamente.
A já denominada "greve cirúrgica", decretada pela Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros (ASPE) e pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPORr), abrange o Centro Hospitalar de Setúbal, o Centro Hospitalar Universitário de S. João (Porto), o Centro Hospitalar Universitário do Porto, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, e o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte.
Os enfermeiros acreditam que esta greve parcial, que visa lutar por uma carreira digna e protestar contra o impasse no processo negocial com o Ministério da Saúde, poderá ter maior impacto do que as anteriores, uma vez que vai obrigar ao cancelamento de muitas cirurgias programadas nos cinco centros hospitalares.
A agência Lusa tentou obter informação sobre a greve junto da administração do Centro Hospitalar de Setúbal, mas não ainda possível.
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