Em comunicado, o município afirma que o plano de contingência foi acionado, tendo as 31 pessoas, que habitavam numa mesma casa na Ribeira do Cartaxo, sem condições para que cumprissem quarentena, sido encaminhadas para as zonas de quarentena criadas na escola secundária da cidade (20 pessoas) e no pavilhão de festas de Vila Chã de Ourique (as restantes 11).
Na reunião realizada na quinta-feira ao fim do dia, os serviços da autarquia, a autoridade de saúde pública e as forças de segurança decidiram realizar testes à covid-19 a todo o grupo e as quatro pessoas que apresentavam sintomas fizeram o teste de imediato, aguardando-se o resultado.
O município sublinha que o grupo está em segurança e a receber apoio de refeições e avaliação médica, sendo acompanhado quer pelos serviços da segurança social, quer pelas forças de segurança — a PSP no Cartaxo e a GNR em Vila Chã de Ourique.
O presidente da Câmara do Cartaxo, Pedro Magalhães Ribeiro, contactou a Embaixada da Índia, país de onde o grupo é originário, acrescenta a nota.
“A minha preocupação principal, neste momento, é que estes cidadãos tenham o devido tratamento por parte das autoridades de saúde para salvaguardar a sua saúde, para salvaguardar que não existe risco de contágio a outros cidadãos, caso algumas destas pessoas tenha resultado positivo no teste covid-19″, referiu o autarca.
Pedro Magalhães Ribeiro lamenta “alguma informação” que circula nas redes sociais, apelando “ao melhor que cada ser humano tem em si”.
“No Cartaxo tratamos todos de modo igual, não interessa qual a sua nacionalidade, são pessoas que estão doentes, que estão assustadas, que precisam de gestos que as tranquilizam. Precisam de segurança para elas e de ter as condições para ser acompanhados do ponto de vista médico e social”, afirmou.
Para o autarca, não pode restar nenhuma dúvida de que ninguém deixará de ser tratado por não estar legal no país.
“É nestes momentos que se distinguem os países civilizados dos que não o são, mas também é neste momento que se conhecem os seres humanos”, frisou.
Pedro Magalhães Ribeiro sublinhou ainda que as zonas de quarentena não foram criadas “para pessoas em dificuldades económicas ou sociais”, destinando-se a qualquer cidadão que não tenha condições para cumprir a quarentena no seu domicílio, “seja porque vive com família e a quer proteger, seja porque vive sozinho e precisa de apoio para tomar as suas refeições, para se sentir seguro enquanto ultrapassa um momento tão difícil”.
O concelho do Cartaxo, com 22.572 residentes (2018), regista 15 casos confirmados da covid-19.
Em Portugal, segundo o balanço feito na quinta-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 209 mortes, mais 22 do que na véspera (+11,8%), e 9.034 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 783 em relação a quarta-feira (+9,5%).
Dos infetados, 1.042 estão internados, 240 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 68 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março, tendo a Assembleia da República aprovado hoje o seu prolongamento até ao final do dia 17 de abril.
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