Em comunicado, citado pela agência espanhola Efe, a Guarda Costeira explicou que a embarcação atracou em Porto Empedocle, na Sicília, em 07 de julho, para permitir a transferência de 180 migrantes que foram resgatados no Mar Mediterrâneo para outro navio, onde vão permanecer em isolamento profilático durante duas semanas, por causa da pandemia de covid-19.
Contudo, o “Ocean Viking” vai permanecer ancorado nesta localidade siciliana até que corrija algumas irregularidades que foram identificadas durante uma inspeção, assinalaram as autoridades italianas.
A Guarda Costeira explicitou que fez uma inspeção que visava “verificar o cumprimento” de várias regras, entre as quais, a segurança das pessoas a bordo.
Da vistoria resultaram várias irregularidades ao nível técnico e operacional que comprometem a segurança da embarcação, quer para a tripulação, quer para as pessoas que são resgatadas, e também violações de medidas que visam proteger o ambiente, prosseguem as autoridades.
No final de junho, o “Ocean Viking” resgatou 180 migrantes em quatro operações no Mediterrâneo, entre os quais 25 menores e uma mulher que estava grávida.
Todas as pessoas resgatadas permanecerem a bordo da embarcação durante quase duas semanas, até Roma ter autorizado a transferência para outro navio.
Durante o tempo em que esteve no mar, a tripulação pediu a Itália e Malta permissão para atracar num porto seguro.
O “Ocean Viking”, que zarpou do porto de Marselha, no sul de França, regressou às operações de resgate no Mediterrâneo em 22 de junho, depois de uma paragem de três meses devido à pandemia de covid-19.
Apesar da ameaça da pandemia, o fluxo migratório nas várias rotas do Mediterrâneo acabou por nunca parar e com a chegada do verão, e consequentemente melhores condições de navegabilidade, é expectável que as tentativas de travessia para tentar alcançar a Europa continuem a aumentar nas próximas semanas.
Devido em parte aos constrangimentos provocados pela pandemia, os navios das várias ONG envolvidas nos resgates humanitários no Mediterrâneo ficaram parados alguns meses em vários portos europeus.
Essa situação não impediu que várias embarcações com migrantes a bordo continuassem a sair, em particular da Líbia e da Tunísia, e a chegar às costas europeias de forma autónoma.
Nos primeiros seis meses deste ano, as tentativas de atravessar a rota migratória do Mediterrâneo Central (que sai da Argélia, Tunísia e Líbia em direção à Itália e a Malta), a mais perigosa segundo a ONU, aumentaram em 150% em comparação com o mesmo período do ano passado.
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