Na véspera do início da época balnear na maior parte das praias portuguesas, a Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, identificou 33 praias com zero poluição, 5% das 601 zonas balneares existentes este ano.
Isto significa que, nestes casos, "não foi detetada qualquer contaminação nas análises efetuadas ao longo dos três últimas épocas balneares", explica a associação liderada por Francisco Ferreira.
"Em 2017, porém, há menos 38 praias com zero [poluição] que no ano passado, quando foi feita a primeira contabilização deste tipo de águas balneares, o que representa um enorme e preocupante decréscimo", alertam os ambientalistas.
Os concelhos algarvios de Aljezur e Vila do Bispo lideram a lista com as praias do Amado, Monte Clérigo, Odeceixe-Mar e Vale dos Homens, no primeiro caso, e Almadena-Cabanas Velhas, Boca do Rio, Ingrina e Zavial, no segundo.
Com três praias poluição zero estão os concelhos de Grândola, Sines, Tavira e Vila Nova de Gaia.
No Alentejo, em Grândola não tinham qualquer vestígio de poluição as praias de Aberta Nova, Carvalhal e Melides, enquanto em Sines eram a Grande Porto Covo, Morgavel, Vieirinha-Vale de Figueiros.
No Algarve, Cabanas-Mar, Ilha de Tavira-Mar e Terra Estreita são as três praias zero poluição de Tavira, a que se junta o concelho de Vila Nova de Gaia, no norte do país, com Aguda, Marbelo e Saozinha.
A análise da Zero, que teve em conta os parâmetros da legislação em vigor e dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), concluiu que não é encontrada qualquer poluição em 31 zonas balneares costeiras, uma interior e uma de transição, ou estuário (Albufeira de Vilar, em Moimenta da Beira, e Zaboeira - albufeira de Castelo de Bode -, em Vila de Rei).
As praias identificadas pela associação de defesa do ambiente tiveram sempre classificação 'excelente' e apresentaram valores zero ou inferiores ao limite mínimo de deteção em todas as análises realizadas aos dois parâmetros microbiológicos controlados ('escherichia coli' e 'enterococos intestinais'), ou seja, "em todas as análises efetuadas não houve sequer a deteção de qualquer unidade formadora de colónias".
Três anos corresponde ao período mínimo requerido pela diretiva relativa à gestão da qualidade das águas balneares para a classificação da zona balnear.
No início da época preferida pelos portugueses e pelos turistas estrangeiros para ir para a praia, a Zero aconselha a escolha de áreas classificadas como zonas balneares, com vigilância e informação sobre a qualidade da água, não deixar lixo e a preservar a paisagem e os ecossistemas, evitando pisar dunas.
E recorda que mais de 80% dos 12,2 milhões de toneladas de plástico que entram no ambiente marinho por ano têm origem em garrafas de bebidas e outros tipos de embalagens.
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