"A crise da habitação tem vindo a gerar novos pobres, mas também novos milionários e é hoje uma condição das desigualdades", afirmou hoje a coordenadora do Bloco de Esquerda, em conferência de imprensa, na sede nacional do partido, em Lisboa.

Mariana Mortágua alerta que "nos últimos anos" os preços das casas em Portugal aumentaram "de forma desproporcional face aos salários", o que significa que "a maior parte das pessoas" não consegue "aceder a uma habitação digna e adequada às suas necessidades".

A deputada bloquista avisa que o país atravessa, por um lado, uma "crise social", com "as barracas a voltarem", "pessoas a viverem em tendas" ou a terem que se "deslocar para muito longe do seu local de trabalho" para conseguirem uma casa e, por outro lado, "os cinco maiores bancos lucraram só no ano passado 5 mil milhões de euros" e "a taxa de retorno média dos fundos de investimento imobiliários portugueses foi de 35%".

Para resposta a esta "emergência social", o BE apresentou hoje seis medidas que farão parte do seu programa eleitoral para as eleições legislativas antecipadas de 18 de maio.

Nesse contexto, os bloquistas voltam a insistir no teto às rendas, baseando-se em "patamares" que tenham em conta "o nível salarial em Portugal".

Segundo Mariana Mortágua, a renda a cobrar a cada casa vai depender "dos critérios de cada imóvel", ou seja, "da qualidade, da luz, ventilação, eficiência energética, equipamentos", bem como da tipologia e da sua localização.

"Desta forma, cada imóvel tem um preço específico" e "uma renda adequada a esse mesmo imóvel", acrescenta.