A Polícia Judiciária portuguesa, num inquérito dirigido pelo Departamento Central e Investigação e Ação Penal (DCIAP), em sintonia com a Polícia Federal Brasileira, "efetuou uma operação policial internacional com o objetivo de causar disrupção em grupos organizados que operavam no ciberespaço", anunciou hoje a polícia portuguesa.
"Dessa operação resultou a identificação e detenção de um cidadão português com 19 anos de idade, em território nacional, enquanto em território brasileiro, foram identificados e detidos trêsindivíduos, com idades compreendidas entre os 19 e os 24 anos, que se dedicavam à prática continuada de crimes de Acesso Indevido, dano informático e sabotagem informática", lê-se no comunicado da polícia portuguesa.
"Os detidos faziam parte de diferentes redes criminosas, agora afetadas por esta operação policial, e atuavam concertada e transnacionalmente, atacando funções de Estado, infraestruturas críticas e interesses económicos diversos", afirma a Polícia Judiciária.
Da cooperação entre as autoridades, foram apreendidos meios informáticos e recolhida informação pertinente.
A Polícia Judiciária prossegue as investigações para deteção e identificação de outros responsáveis nestas operações.
"O detido português vai ser presente às autoridades judiciais para efeitos de primeiro interrogatório judicial, para efeitos de aplicação de medida de coação", conclui a polícia portuguesa.
Em comunicado, a Polícia Federal brasileira, por seu lado, confirmou a realização da ação, chamada Operação Exploit, "que teve como objetivo desarticular a associação criminosa que teria promovido os ataques hackers ao TSE", na primeira volta das autárquicas realizadas no Brasil.
Segundo as autoridades brasileiras, foram cumpridos no país três mandados de busca e apreensão e três medidas cautelares de proibição de contacto entre investigados nos estados de São Paulo e Minas Gerais.
"Além disso, em Portugal, são cumpridos um mandado de prisão e um mandado de busca e apreensão", acrescentou o comunicado.
Segundo a Polícia brasileira, o inquérito aponta que um grupo de 'hackers' brasileiros e portugueses, liderados por um cidadão português, responsável pelos ataques criminosos aos sistemas do TSE na primeira volta das autárquicas.
"A Polícia Federal apura o acesso ilegal aos dados de servidores públicos divulgados no dia 15/11, além de outras atividades criminosas do grupo", diz o comunicado da força brasileira.
Os crimes investigados neste inquérito policial são os de invasão de dispositivo informático e de associação criminosa.
A Polícia Federal do Brasil também frisou que durante as investigações "não foram identificados quaisquer elementos que possam ter prejudicado a apuração, a segurança ou a integridade dos resultados da votação".
Comentários