“Saudamos a resolução do Conselho de Segurança e confirmamos a nossa disposição a trabalhar com os nossos irmãos, os mediadores, para negociar indiretamente a concretização desses princípios que coincidem com as exigências no nosso povo e da resistência”, indicou em comunicado.

O Hamas recordou que o texto prevê um cessar-fogo permanente, a retirada completa de Israel da Faixa de Gaza, uma troca de reféns por prisioneiros, um plano de reconstrução, o regresso dos deslocados, a entrada de ajuda humanitária e a rejeição de qualquer alteração demográfica ou fronteiriça do enclave.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou hoje uma resolução que saúda a proposta de cessar-fogo em Gaza anunciada por Joe Biden e exorta Israel e Hamas a “implementarem integralmente os seus termos, sem demora e sem condições”.

A resolução, da autoria dos Estados Unidos, recebeu 14 votos a favor e uma abstenção da Rússia.

Trata-se da primeira resolução do Conselho de Segurança sobre um plano de cessar-fogo que visa pôr fim à guerra de oito meses entre Israel e o Hamas em Gaza.

Em 31 de maio, Biden anunciou o que descreveu como uma nova proposta israelita, chamando-a de “um roteiro para um cessar-fogo duradouro e a libertação de todos os reféns”, composto por três fases.

O plano está dividido em três fases. A primeira prevê a toca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos e um cessar-fogo a curto prazo. A segunda propõe “um fim permanente das hostilidades” e a retirada total das forças militares israelitas da Faixa de Gaza, segundo texto da resolução.

A terceira e última fase inclui um plano de reconstrução da Faixa de Gaza que se deverá prolongar por vários anos.

O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Desde então, Telavive lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que até ao momento provocou mais de 36.500 mortos e 82.000 feridos segundo o Hamas, classificado como “organização terrorista” por Israel, União Europeia e Estados Unidos.

Calcula-se ainda que 10.000 palestinianos permanecem soterrados nos escombros após cerca de oito meses de guerra, que também está a desencadear uma grave crise humanitária.

O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” que está a fazer vítimas – “o número mais elevado alguma vez registado” pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

Também na Cisjordânia e em Jerusalém leste, ocupados por Israel, pelo menos 510 palestinianos foram mortos pelas forças israelitas ou por ataques de colonos desde 7 de outubro.