“Vamos aumentar a intensidade, o poder, o número e a qualidade das nossas operações”, afirmou Safieddine no funeral de Taleb Sami Abdallah, morto na terça-feira à noite, juntamente com três outros combatentes, num ataque israelita no sul do Líbano.

As declarações de Safieddine surgem depois de o exército israelita ter declarado que cerca de 90 projéteis foram disparados hoje do Líbano contra Israel, após um ataque israelita ter matado um alto comandante do Hezbollah no sul do Líbano na terça-feira.

“Aproximadamente 90 projéteis foram identificados [a entrar em Israel] a partir do Líbano”, disse o exército israelita num comunicado ao início da manhã, indicando que o número subiu para cerca de 160 ao princípio da tarde.

Vários projéteis foram intercetados, mas outros caíram no norte de Israel, causando incêndios em alguns locais, acrescentou o exército, sem especificar a extensão do incidente.

Por volta das 10:00 (08:00 em Lisboa), sirenes de alerta de foguetes soaram novamente em mais de uma dúzia de localidades no norte de Israel, situação que, mais tarde, voltou a repetir-se.

O ataque de hoje foi um dos maiores lançados em número e alcance a partir do território libanês desde outubro, já que pela primeira vez os projéteis atingiram a cidade de Tiberíades, a 65 quilómetros da fronteira, e outras cidades mais distantes da região fronteiriça com o Líbano.

Segundo os serviços de emergência israelitas, até ao momento, não foi relatada a existência de feridos.

O grupo xiita Hezbollah assumiu a responsabilidade pelo ataque, frisando tratar-se de uma resposta à morte de militantes do grupo no ataque israelita no sul do Líbano.

Hoje de madrugada, o Hezbollah anunciou a morte de Taleb Sami Abdallah, conhecido como Hajj Abou Taleb, um dos principais comandantes militares do movimento xiita.

Segundo fonte militar libanesa, citada pela agência de notícias France-Presse (AFP), o ataque aéreo que matou quatro militantes xiitas, incluindo o comandante, ocorreu na cidade de Jouaiyya, a cerca de 15 quilómetros da fronteira com Israel, na noite de terça-feira.

A fronteira entre Israel e o Líbano vive o pico de tensão mais elevado desde 2006 e os ataques já provocaram a morte de mais de 400 pessoas, a maioria do lado libanês e das fileiras do Hezbollah, que confirmou cerca de 310 mortes de milicianos, alguns na Síria, além de cerca de 90 civis.

Em Israel, 25 pessoas morreram no norte do país, 10 delas civis.

As hostilidades começaram em outubro, após o início da guerra na Faixa de Gaza, com o Hezbollah a demonstrar a sua solidariedade ao grupo Hamas e demais movimentos islamitas palestiniano.