Num comunicado divulgado no domingo, o Governo de Hong Kong disse que, durante uma visita à região semiautónoma chinesa, o ministro da Agricultura, Silvicultura e Pescas do Japão, Tetsushi Sakamoto, pediu o fim das medidas implementadas em agosto de 2023.
Na altura, Hong Kong impôs “medidas de controlo da importação” de produtos japoneses, incluindo pescado, marisco, algas e sal, de 10 regiões do norte e centro da ilha de Honshu, incluindo de Fukushima e da capital, Tóquio.
Numa reunião com Sakamoto, o secretário para a Administração interino de Hong Kong, Cheuk Wing-hing, expressou preocupação sobre “as repercussões sem precedentes” da descarga de águas residuais radioativas tratadas e diluídas da central de Fukushima Daiichi.
Em 24 de agosto do ano passado, o Japão começou a lançar ao oceano parte das cerca de 1,33 milhões de toneladas de água, proveniente de chuva, água subterrânea ou injeções necessárias para arrefecer os núcleos dos reatores nucleares de Fukushima.
“Não existem garantias por parte das autoridades japonesas de que o seu sistema de purificação e diluição possa funcionar de forma contínua e eficaz a longo prazo”, defendeu Cheuk, na reunião que decorreu na sexta-feira.
Apesar de ter sido aprovado pela Agência Internacional de Energia Atómica, o plano de descarga das águas de Fukushima levantou preocupações nos países vizinhos, provocando protestos de rua na Coreia do Sul.
Tanto o Governo como a sociedade de Hong Kong “estão muito preocupados com a salvaguarda da segurança alimentar e da saúde pública (…) e devem adotar uma abordagem prudente e exercer um controlo rigoroso”, disse Cheuk.
Desde o início das descargas que as autoridades da região chinesa têm testado os níveis de radiação em amostras de alimentos importados de outras províncias do Japão, sem qualquer resultado anormal.
Ainda assim, Cheuk disse a Sakamoto que o Governo de Hong Kong irá “acompanhar de perto a evolução das descargas e manter as medidas correspondentes sob revisão”.
Também a China continental e a região vizinha de Macau proibiram a importação de alguns alimentos das mesmas dez províncias do Japão.
A libertação de água começou quase 12 anos e meio após a fusão nuclear de março de 2011, causada por um forte terramoto e tsunami.
Tanto o Governo japonês como o operador da central, a Tokyo Electric Power Company Holdings, alertaram que a água tinha de ser removida para evitar fugas acidentais dos tanques de armazenagem.
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