"Os profissionais de saúde são pessoas extremamente responsáveis. Querem chamar a atenção para problemas que existem e são verdadeiros, aos quais nos compete dar resposta que é o que temos feito. Não haverá seguramente nenhuma situação de vazio ou de caos. Haverá um sistema de continuidade. As pessoas podem estar descansadas, porque vão continuar a ter respostas para os seus problemas de saúde e respostas para os problemas estruturais a unidade", disse Fernando Araújo.
No dia 5 de setembro, o diretor clínico e os diretores e chefes de serviço do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, num total de 52 clínicos, demitiram-se em protesto contra as "condições indignas" em que trabalham.
O anúncio foi feito pelo presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos, António Araújo, em conferência de imprensa, no Porto, na mesma sessão onde o diretor clínico demissionário, José Pedro Moreira da Silva, apontou como causas para a demissão coletiva as "condições indignas de assistência no trabalho e falta de soluções da tutela".
Hoje, questionado sobre esta matéria, o secretário de Estado da Saúde, que visitava Gaia para inaugurar o novo centro de saúde de Vilar de Andorinho, admitiu que existem "insuficiências", mas garantiu que o Governo está a trabalhar "quer do ponto de vista económico, quer de recursos humanos".
"Ao contrário do que aconteceu no passado, estamos a investir. É verdade que demora algum tempo até se ver resultados, mas com o apoio dos profissionais, da câmara e do Governo, chegaremos lá (..). Os profissionais têm noção do apoio e do esforço que está a ser feito. Temos a expectativa favorável de que essas questões vão ser resolvidas e vamos focar o trabalho, dedicação e empenho em assegurar serviços de qualidade para a população", disse Fernando Araújo
Questionado na mesma sessão sobre o mesmo tema, o presidente da câmara de Vilas Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, apontou que tem vindo a acompanhar "com muito entusiasmo a forma como o Governo se tem comportado", mostrando-se confiante no desfecho desta situação.
"O senhor ministro deu indicações muito claras de arranque de obra, contratação de profissionais, mas também da importância do hospital na região. Não temos varinha mágica, e julgo que o Governo também não terá varinha mágica, mas julgo que os profissionais percebem que está a ser feito um grande esforço", disse o autarca.
Eduardo Vítor Rodrigues reforçou a convicção de que "vai correr tudo bem" porque disse ter confiança de que "está tudo a ser feito para que os profissionais, que são muito responsáveis, percebam que o futuro do hospital também depende deles".
"E eles têm suficiente sinal do Governo da importância que o hospital tem e terá", concluiu.
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