Atualmente o Hospital de Santa Maria (HSM), que tem uma área útil do edifício de 125.504 m2, atende por ano cerca de 1,2 milhões de utentes, possui mais de seis mil colaboradores e gastou, em 2016, 23 GWh de energia elétrica e 1,8GWh de gás natural, perfazendo, aproximadamente, 25 GWh.
Estes valores, em termos anuais, traduzem-se em três milhões de euros em gastos com energia.
O projeto “Green Hospital” foi hoje apresentado em Lisboa numa conferência no hospital de Santa Maria, onde participou também o secretário de Estado do Ambiente, que classificou a iniciativa como emblemática e “um incentivo” para outras entidades públicas.
Segundo o presidente do Conselho de Administração do CHLN, Carlos das Neves Martins, o “Green Hospital” é um projeto ambicioso com um investimento estimado de 25 milhões e com possibilidade de ter 70 por cento de financiamento comunitário.
Numa primeira fase com um valor estimado de 15 milhões de euros, adiantou Carlos Martins, há a hipótese de financiamento a 95 por cento.
Carlos das Neves Martins adiantou que este é o maior edifício público nacional, um dos maiores hospitais do país a dar o exemplo de um conjunto de políticas para melhor eficiência energética.
Em causa estão medidas como a eliminação do papel ou a substituição de janelas, de pavimentos e de paredes para atenuar o ruído ou ainda a colocação de painéis solares nas coberturas dos parques de estacionamento.
O projeto Santa Maria Green Hospital é constituído por 10 objetivos interligados que a administração gostaria de ver implementados nos próximos cinco anos, com o aproveitamento dos fundos do Portugal2020, bem como de outros instrumentos financeiros.
A transformação do HSM num hospital mais amigo do ambiente compreende projetos para a recuperação e alteração da tipologia técnica de equipamentos, visando a redução sustentável dos consumos de energia.
Estes projetos estão integrados na candidatura ao Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), já aprovada com um valor total de 15,87 milhões de euros.
No âmbito do cumprimento deste objetivo e nos termos da candidatura ao POSEUR, explicaram os responsáveis pelo projeto, encontram-se definidas sete ações a desenvolver, entre as quais a substituição das lâmpadas existentes por tecnologia LED para iluminação interior, de coletores solares térmicos para pré-aquecimento de água quente sanitária, de um sistema de módulos fotovoltaicos para autoconsumo, de um sistema centralizado de produção de fluido térmico, e substituição de caixilhos e estores exteriores.
O Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN) quer ainda ter uma frota amiga do ambiente (híbrida ou elétrica), repensar a recolha e produção de resíduos hospitalares, colocar pavimentos e revestimentos antimicrobianos e fazer um aproveitamento paisagístico de toda a área exterior do Hospital criando um jardim terapêutico, uma pista de manutenção e um “fitness park”.
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