"Foram evacuadas sete aldeias por precaução, ao longo do dia de hoje, devido a um incêndio que chegou a estar quase controlado, pela manhã, mas que o vento forte e inconstante fez reacender e que lavra neste momento sem hipótese de combate", disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela.
Segundo o autarca, os populares, "mais de uma centena, seguramente", foram transferidos das suas habitações para lares da Misericórdia. Estas evacuações ocorreram em Quebrada, Galega, Pereiro (do Carvoeiro), Mesão Frio, Moita Recome, Eira, Roqueira e Ladeiras. Na aldeia de Feiteira, os populares, ambulâncias e bombeiros ficaram impedidos de sair, face à violência e proximidade das chamas.
"Não podiam entrar nem sair. Ficaram no centro da aldeia, em segurança, mas cercados pelas chamas", disse o autarca, afirmando que Mação "está a viver uma tragédia", sendo a preocupação dos operacionais salvar bens e pessoas.
"Não há combate nem estratégia que valha durante a noite, com este vento que se fez e faz sentir. A nossa principal preocupação é proteger e salvar pessoas e bens", disse Vasco Estrela, para quem a gestão de meios operacionais foi alvo de críticas.
Comentando a atuação da Proteção Civil e a distribuição de meios no terreno, Vasco Estrela manifestou a sua "indignação", por ter reclamado por meios que "nunca chegaram, ou não chegaram em quantidade suficiente para debelar o incêndio. Os bombeiros foram dirigidos para outra ocorrência, certamente também necessitada".
"Já transmiti a quem de direito a minha indignação por termos tão poucos meios no terreno, quando o incêndio chegou a estar quase consolidado, e exijo respostas, no momento oportuno, porque eu também quero dar satisfações aos meus munícipes sobre o que se passou a esse nível", afirmou.
O incêndio que lavra em Mação deflagrou na Sertã (Castelo Branco) no domingo à tarde, tendo entrado também no concelho de Proença-a-Nova, estava a ser combatido cerca das 23:00 por 995 operacionais apoiados por 322 viaturas.
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