“O incêndio que teve uma propagação violentíssima desde o início e, apesar de termos registado que os trabalhos de combate estavam a correr muito favoravelmente, fruto de muitas projeções que aconteceram pela intensificação do vento, não foi possível na fase inicial dominar este incêndio”, referiu, em conferência de imprensa, o comandante Distrital de Operações de Socorro de Castelo Branco, Luís Belo Costa.
Deste fogo há a registar a morte de um bombeiro, bem como seis feridos, sendo quatro ligeiros (um civil e três bombeiros) e dois feridos graves, disse Luis Belo Costa.
O comandante admitiu que existem várias habitações na linha de fogo por esta ser uma zona com muitas aldeias dispersas o que, acrescentou, “têm trazido preocupação acrescida na sua defesa”.
“Há habitações atingidas pelas chamas. Mas é cedo para fazer um levantamento. Durante a progressão do incêndio houve pessoas que foram deslocadas das suas habitações, mas a maioria já regressou às habitações”, referiu.
De acordo com o comandante, o levantamento de danos será feito pelos serviços municipais.
Belo Costa considerou, cerca das 10:00 em declarações transmitidas pelas televisões, que “ainda não é fácil prever em quanto tempo demorará a dominar [o incêndio] porque o trabalho é extraordinariamente difícil nesta área do território”, vincando a “ambição de o conseguir o mais rapidamente possível”.
Esta manhã, este incêndio no distrito de Castelo Branco está a ser combatido em quatro setores, estando os situados a norte “mais estabilizados”, de acordo com o comandante, e os a sul “mais ativos”, num total de três frentes ativas.
Às 10:59 estavam no terreno estavam 744 operacionais apoiados por 232 veículos, 12 meios aéreos e nove máquinas de rasto.
“Estamos neste momento a seguir uma estratégia de combate que aponta para tentar num intervalo de oportunidade que são escassas quatro horas, até mais ou menos ao meio dia, desenvolver esforços para travar todo o flanco esquerdo porque nessa hora o vento vai virar novamente no sentido de oeste/este”, concluiu o comandante Distrital de Operações de Socorro de Castelo Branco.
Todos os trabalhos rurais proibidos até à meia-noite de terça-feira em Portugal
O ministro da Administração Interna assegurou hoje “todos os esforços” no incêndio que lavra em Oleiros, Sertã e Proença-a-Nova, distrito de Castelo Branco, com prioridade na proteção das populações, admitindo que a mobilização do dispositivo até terça ou quarta-feira.
“Admitimos que este incêndio - é necessário dizê-lo com realismo - possa envolver mobilização do dispositivo até terça ou quarta-feira, fazendo uma monitorização permanente do nível de resposta”, declarou Eduardo Cabrita, no final de uma reunião do Centro de Coordenação Operacional Nacional (CCON), na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, concelho de Oeiras, distrito de Lisboa.
Relativamente a este fogo que lavra em Oleiros, Sertã e Proença-a-Nova, o governante disse que “estão mobilizados todos os recursos necessários”, que se consideram “adequados a um incêndio de grande complexidade”.
“Estão, neste momento, no terreno mais de sete centenas de operacionais, 14 meios aéreos e oito máquinas de rasto já em operação”, avançou o ministro da Administração Interna, em declarações aos jornalistas, pelas 12:00.
De acordo com Eduardo Cabrita, “a prioridade é a salvaguarda da vida humana, com a realização das evacuações que se vieram a demonstrar necessárias”.
Assim, o governante adiantou que está, desde sábado, “em contacto muito próximo”, com os presidentes das Câmaras Municipais de Oleiros, Sertã e Proença-a-Nova, considerando que existe “uma plena conjugação na resposta, quer operacional, quer no apoio às populações.
"Temos verificado mais uma vez nos últimos dias que grande parte dos incêndios são evitáveis. Nesta semana, o incêndio de Vale de Cambra começou com um churrasco, incêndio de Vila Flor no sábado começou com trabalhos agrícolas, outros incêndios também fruto de atividades absolutamente evitáveis”, afirmou o ministro.
Nesse sentido, foi determinado que serão “proibidos todos os trabalhos em espaço rural, exceto os de combate a incêndios florestais e a garantia da alimentação dos animais pelo menos até às 24:00 da próxima terça-feira”.
Bandeiras a meia-haste homenageiam jovem bombeiro que morreu em Oleiros
A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) anunciou hoje que as associações de bombeiros do país colocaram as suas bandeiras a meia haste, em homenagem ao operacional que morreu sábado, durante um incêndio que deflagrou no concelho de Oleiros.
Em comunicado, a LBP expressou "as sentidas condolências à família" da vítima, mas também ao comando e a todos os elementos associação humanitária dos bombeiros Voluntários de Proença-a-Nova, sublinhando tratar-se de um “trágico desaparecimento.
"O mais profundo sentimento de respeito e solidariedade neste momento tão difícil, com um abraço de amizade e pesar", foi deixado na nota assinada por Jaime Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros, na qual o dirigente refere que as bandeiras a meia haste nas sedes das associações ficam a partir de hoje até ao dia do funeral do bombeiro, "como forma de sentida homenagem nacional ao Soldado da Paz falecido em serviço".
Diogo Dias, bombeiro de 21 anos, dos Bombeiros de Proença-a-Nova, morreu este sábado, vítima de um acidente de viação durante o combate ao incêndio que deflagrou em Oleiros.
Outros três membros da mesma corporação ficaram feridos na sequência desse acidente.
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