A informação foi avançada hoje em conferência de imprensa na sede da ANEPC (Oeiras), pelo comandante operacional nacional, Duarte Costa, que afirmou estarem “reunidas as condições favoráveis à eventual ocorrência da propagação de incêndios rurais”, tendo por base as previsões meteorológicas do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) para os próximos dias.
O comandante Duarte Costa referiu que as condições previstas para as próximas 72 horas são de tempo seco e quente, com humidade relativa no ar inferior a 20%, vento moderado a forte, sobretudo nas terras altas, temperaturas máximas superiores a 36 graus no sotavento algarvio e no interior norte e possibilidade de trovoada seca no interior norte e centro.
“A ANEPC, através do seu comando nacional, decretou a passagem para o estado de alerta especial laranja para os seguintes distritos: Beja, Bragança, Castelo Branco, Évora, Faro, Guarda, Portalegre, Santarém, Vila Real e Viseu”, disse o comandante Duarte Costa, acrescentando que se mantém o estado de alerta especial amarelo para os restantes distritos do país.
O comandante Duarte Costa adiantou que a ANEPC decidiu fazer o pré-posicionamento de dois grupos de ataque ampliado, um na base de apoio logístico de Vila Real e o outro em São Marcos da Serra, Silves, e de uma brigada de combate a incêndios em Barranco do Velho, distrito de Faro.
“Solicitou-se ainda a manutenção do empenhamento do dispositivo de vigilância e a manutenção do estado de prontidão do dispositivo operacional, todo aquele associado às missões de ataque ampliado. Quanto ao dispositivo aéreo está na sua disponibilidade total, permanente, e na máxima força e vamos também incrementar ações de monitorização estratégica consideradas como convenientes”, disse.
A ANEPC pediu ainda ao Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) “a localização das máquinas de rasto prontas para o emprego operacional nos distritos de Braga, Vila Real, Aveiro, Viseu, Leiria, Castelo Branco, Portalegre, Santarém e Faro” e às Forças Armadas a passagem a nível amarelo do Plano Hefesto, de apoio à Proteção Civil nas ações de combate e prevenção de fogos rurais.
O comandante Duarte Costa apelou ainda à “adequação dos comportamentos de todas as pessoas, numa atitude de cidadania responsável face à situação de perigo de incêndio rural”, recordando a proibição de queimadas e de uso do fogo em zonas críticas e de floresta enquanto vigorar o período crítico de combate a incêndios, até 30 de setembro.
Pediu ainda que as populações evitem deslocar-se para zonas de incêndio “apenas para ver a ocorrência”.
“Uma súbita mudança de vento pode ter consequências imprevisíveis sobre a presença de populares nas imediações dos incêndios por muito pequenos que possam parecer, mas que rapidamente podem evoluir para cenários mais destruidores”, disse.
No dia em que se soube que o Governo desbloqueou uma verba de cerca de quatro milhões de euros para pagar às associações humanitárias de bombeiros integradas no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais, o comandante nacional recusou fazer comentários, confirmando apenas os pagamentos no valor “considerado necessário para pagar a todas as associações humanitárias”.
Questionado se podem ser dadas garantias que os constrangimentos nos pagamentos não vão repetir-se nos próximos meses, disse que apenas pode dar “garantias operacionais” na qualidade de comandante operacional nacional da ANEPC e que outras questões devem ser remetidas “às entidades competentes”.
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