O helicóptero ultraligeiro, que parece um grande ‘drone’, soltou-se do Perseverance no sábado, que pousou em Marte em 18 de fevereiro.
Até agora, o Ingenuity alimentava-se da energia do robô Perseverance, mas neste momento depende de seus próprios painéis solares para sobreviver, aquecendo-se durante as noites geladas de Marte, quando a temperatura pode cair para -90° Celsius.
Sobreviver à noite gelada de Marte foi "um marco importante" para o helicóptero ultraligeiro, disse hoje a NASA num comunicado.
"Esta é a primeira vez que o Ingenuity está sozinho na superfície de Marte", acrescentou MiMi Aung, responsável pelo do projeto Ingenuity no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), laboratório da NASA.
“Agora temos a confirmação de que era o isolamento certo, os aquecedores certos e que tinha energia suficiente nas baterias para sobreviver às noites frias, o que é um grande sucesso para a equipa. Estamos satisfeitos para continuar a preparar o Ingenuity para seu primeiro teste de voo”, disse MiMi Aung.
Nos próximos dias, o Ingenuity passará por testes de motor e sensor.
Se tudo correr bem, o helicóptero ultraligeiro deve fazer seu primeiro teste de voo, que só acontecerá na noite de domingo.
Se a experiência for bem-sucedida, será uma verdadeira façanha, porque o ar marciano tem uma densidade equivalente a apenas 1% da atmosfera da Terra.
Será o primeiro voo de um veículo motorizado em outro planeta. Composto por quatro pés, um corpo e duas hélices sobrepostas, o Ingenuity pesa apenas 1,8 quilos e mede 1,2 metros de uma ponta à outra de suas pás.
A NASA revelou que um pequeno pedaço de tecido da aeronave dos irmãos Wright, que descolou há mais de um século na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, foi colocado no Ingenuity como forma de homenagem.
O Perseverance ficará colocado num ponto de observação onde poderá utilizar as suas câmaras para captar fotos de todo o processo de voo do Ingenuity.
Estão planeados pela agência espacial norte-americana até cinco voos de dificuldade gradual ao longo de um mês.
Este tipo de engenho pode revelar-se crucial, no futuro, para a exploração de planetas, por ser capaz de ir a locais aonde os robôs não conseguem aceder, tais como desfiladeiros.
A NASA está também a trabalhar noutro projeto de engenho voador ao abrigo da missão Dragonfly (Libélula, em português), que em 2026 enviará um drone até à maior lua de Saturno, a Titan, aonde chegará em 2034.
As primeiras experiências de voo noutros planetas foram feitas com engenhos não motorizados, lembrou a NASA, através do envio de balões meteorológicos para Vénus, ao abrigo do programa Vega, em colaboração com a URSS e outros países, como a França.
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