Na intervenção intitulada “Resposta à epidemia de SARS-CoV-2: da monitorização da serologia à monitorização da mortalidade”, a médica de saúde pública explicou que, de acordo com os dados disponíveis até 7 de dezembro no indicador de mortalidade por todas as causas, os quatro períodos — no qual o último ainda está a decorrer – foram responsáveis por 5.763 mortes em excesso face ao que estava estimado.
O primeiro período durou três semanas e ocorreu entre 22 março e 12 de abril, em plena primeira vaga da pandemia no país, em que se registou um excesso de mortalidade de 1.057 óbitos, “16% acima do esperado”, referiu Ana Paula Rodrigues.
O segundo pico de mortalidade foi o mais curto e durou apenas uma semana, entre os dias 25 e 31 de maio, do qual resultaram 363 mortes, 19% a mais face às estimativas para essas datas.
Já o terceiro período foi aquele que superou em maior dimensão as previsões de mortalidade, ao representar 2.199 mortes e 30% de excesso relativamente às expectativas, tendo sido observado entre 6 de julho e 02 de agosto.
Finalmente, a investigadora referiu que o derradeiro pico de mortalidade “é coincidente com a intensidade da onda pandémica e ainda está a decorrer”. Segundo a análise do INSA, este período é já o mais longo dos picos de mortalidade, com uma duração de seis semanas, e começou a partir de 26 de outubro, registando até 06 de dezembro um excesso de 16% e 2.144 mortes em relação às previsões.
Ana Paula Rodrigues abordou ainda na sua apresentação o inquérito serológico nacional, revelando que o INSA planeia “realizar durante quatro a seis semanas o segundo momento de trabalho de campo deste estudo”, apontando para “final de janeiro e início de fevereiro”.
Portugal contabiliza pelo menos 5.278 mortos associados à covid-19 em 335.207 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
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