As autoridades italianas confirmaram esta segunda-feira mais uma morte relacionada com o vírus. A quinta vítima mortal em Itália é um homem 88 anos, de Caselle Landi.

Antes já tinha sido confirmada a morte de homem de 84 anos que estava internado no Hospital Papa João XXIII, em Bergamo, também na Lombardia.

Com 219 casos e cinco mortes, a Itália é o país da Europa com mais casos de infeção pela nova estirpe de coronavírus e o quarto a nível global.

Depois da China, o segundo país mais afetado é o Japão, com 769 casos (três dos quais mortais), incluindo pelo menos 364 no cruzeiro Diamond Princess, onde no sábado foi detetada a infeção de um cidadão português. Segue-se a Coreia do Sul, com 556 casos, cinco dos quais mortais.

Os casos em Itália estão para já circunscritos a quatro regiões do norte do país: Lombardia, Veneto, Emilia Romanha, Piemonte e Lácio.

As autoridades italianas não conseguiram até ao momento determinar o “paciente zero”, o primeiro caso em território italiano, o que torna difícil prever a propagação do vírus. O principal foco do que as autoridades admitem poder ser um surto autónomo, não-relacionado com a cidade chinesa de Wuhan onde surgiram os primeiros casos, é Codogno, uma localidade de 15.000 habitantes na Lombardia.

As recomendações da DGS para quem esteve ou irá deslocar-se a Itália

Reconhecendo que “muitas pessoas de Portugal estiveram em Itália nos últimos dias, nas últimas semanas, sobretudo nos últimos 14 dias, que são os dias que interessam", a diretora-geral da Saúde fez questão  “deixar uma palavra de tranquilidade a estas pessoas, mas dizer-lhes também que estejam atentas”.

“Se estão assintomáticas, [devem] estar atentas ao aparecimento eventual de sintomas, sobretudo se estiveram com doentes em Itália”, disse Graça Freitas.

“Vamos publicar no nosso ‘site’ as áreas afetadas [em Itália] para as pessoas poderem saber quais são os focos onde a doença está presente”, anunciou ainda, "para que as pessoas não pensem que é a Itália inteira que está no mesmo nível de risco".

De acordo com o nível de risco que for determinado através das conversações com as autoridades italianas, a DGS vai reunir a sua ‘task-force’ dedicada ao combate ao COVID-19 "para analisar esse risco mais objetivamente, percebendo o que se está passar exatamente, quais são as zonas afetadas, e, em função disso, tomar-se-ão as medidas que forem consideradas pertinentes e necessárias", disse Graça Freitas. "Muitas vezes, temos que tomar estas medidas em alinhamento com outros países da União Europeia", acrescentou.

A quem regressou recentemente de Itália, Graça Freitas aconselha “tomar aquelas precauções básicas de higiene das mãos, higiene respiratória, não tossir nem espirrar em direção a outras pessoas ou até mesmo falar, manter algum distanciamento social”, mas também “não frequentar sítios fechados e com muita gente, a não socializar em termos de afetos. Muitos beijos e muitos abraços não serão o mais indicado nesta altura”, disse.

“Pelo menos, nos próximos dias, até nós entendermos bem o que se está a passar em Itália, nomeadamente como é que este foco se instalou, como é que a doença poderá ter iniciado”, sublinhou.

Insistindo para que “as pessoas se mantenham tranquilas”, a diretora-geral da Saúde sublinha que quem eventualmente tenha sintomas - que incluem febre, dores no corpo e cansaço - deverá contactar a linha SNS24 através do número 808 24 24 24.

[Notícia atualizada às 11h27]