Em entrevista à TSF, o socialista disse que o Governo "precisa de ser remodelado e precisa sobretudo de ser reduzido".
"É uma coisa que eu disse sempre, com toda a solidariedade" com o primeiro-ministro e com o Governo, acrescentou.
"O Governo é grande demais, há um número de secretários de Estado gigantesco, há sobreposições de competências e há um número de ministros também muito grande. Quanto mais reduzido melhor", afirmou o antigo ministro da Cultura.
Interrogado recentemente sobre os sinais de desgaste no seu executivo, o primeiro-ministro, António Costa, afastou qualquer remodelação do seu Governo a curto prazo, mas sugeriu também que no inverno “todos se refrescam”.
Sobre as eleições autárquicas de 26 de setembro, João Soares considerou que a vitória do Partido Socialista "teve um travo de alguma amargura" devido à derrota de Fernando Medina em Lisboa, mas sublinhou que "não deixa de ser uma vitória".
Sobre o presidente da câmara eleito, Carlos Moedas, João Soares lamentou que houvesse "uma quota parte de demagogia" nas suas propostas enquanto candidato às autárquicas, "nomeadamente nas questões que tinham de ver com os impostos e com algumas facilidades financeiras que estavam em dessintonia completa" com o seu papel enquanto ministro no Governo de Pedro Passos Coelho.
Ainda assim, o antigo presidente da câmara de Lisboa disse esperar que Carlos Moedas "seja um bom presidente e que ganhe um amor por Lisboa que não resulta de ter nascido" na cidade, o que considerou não ser "nenhuma menos-valia, até pode ser uma mais-valia"
"Tenho esperança que as coisas corram bem", afirmou, sublinhando "os equilíbrios políticos que foram conseguidos, com uma presença muito significativa da esquerda na Câmara de Lisboa".
"Tenho pena que não se tenha seguido aquilo que eu sempre defendi", uma aliança à esquerda, concluiu.
O PS venceu as autárquicas de 26 de setembro com 149 câmaras (148 sozinho e uma em coligação) e o PSD conquistou 114 autarquias (72 sozinho e 42 em coligação), melhorando os resultados de 2013 e de 2017, com a vitória dos sociais-democratas em Lisboa, Coimbra, Portalegre ou Funchal.
O PS continua a ser o partido com mais câmaras no distrito de Lisboa e elegeu 10 dos 16 presidentes, mas perdeu a capital para a coligação de direita encabeçada pelo social-democrata Carlos Moedas.
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