A última afirmação incendiária de Trump surgiu em resposta a um expediente judicial que descrevia os planos para a busca do FBI na sua mansão em Mar-a-Lago, na Flórida, onde o magnata manteve documentos secretos de segurança nacional depois de deixar a Casa Branca.

O expediente incluía a redação padrão do FBI que estabelece que os agentes estão autorizados a utilizar a força letal se alguém estiver em perigo iminente.

Mas Trump, que deseja bater Biden nas eleições de novembro, distorceu a declaração para dizer que ela mostrava que o Departamento de Justiça estava disposto a atirar sobre si e causar dano à sua família.

"Acaba de ser revelado que o Departamento de Justiça de Biden foi autorizado a usar FORÇA LETAL para a sua diligência ABJETA em Mar-a-Lago. Vocês sabem que eles estão ansiosos por fazer o impensável", afirmou Trump esta terça-feira num e-mail de arrecadação de fundos que foi divulgado pela imprensa norte-americana.

"Joe Biden estava preparado e pronto para acabar comigo e colocar a minha família em perigo. Ele acha que pode me assustar, intimidar e DERRUBAR!"

Estes comentários somam-se à infinidade de afirmações falsas feitas por Trump contra Biden, a quem acusou repetidamente e sem provas de utilizar o sistema de justiça como arma para atacá-lo.

O líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, pediu a todos os legisladores que condenem os comentários "extravagantes e perigosos" de Trump em um discurso no plenário.

"Não podemos permitir que este homem, Donald Trump, ou qualquer outra pessoa, derrame gasolina na fogueira que pode incendiar a nossa democracia", disse Schumer no Senado.

Mas muitos dos aliados mais ferrenhos de Trump juntaram-se ao ex-presidente para entorpecer o expediente judicial.

A congressista da Geórgia, Marjorie Taylor Greene, publicou na rede social X que o Departamento de Justiça e o FBI "deram luz verde" para matar Trump.

Em uma declaração à AFP, a campanha de Trump assinalou que as reportagens sobre o e-mail de arrecadação de fundos eram "uma tentativa repugnante de proteger Joe Biden, que é o presidente mais corrupto da história e uma ameaça para a nossa democracia".