O porta-voz oficial da diplomacia de Amã, Sufyan al-Qudah, destacou a importância de “apoiar o Líbano, a sua segurança, estabilidade e a proteção do seu povo e instituições”, e a necessidade de implementar as resoluções do Conselho de Segurança da ONU para evitar uma guerra regional.

“A contínua agressão israelita contra Gaza e o fracasso em chegar a um acordo de intercâmbio que conduza a um cessar-fogo imediato e permanente colocam toda a região em risco de o conflito se expandir regionalmente”, reiterou al-Qudah em comunicado.

O porta-voz oficial sublinhou a necessidade de se lançar “um movimento internacional eficaz que imponha a cessação imediata da agressão contra Gaza” e ponha fim à catástrofe humanitária que provoca, de forma “a garantir a proteção do povo palestiniano e a proteção da segurança e da estabilidade regional e internacional”.

O apelo da Jordânia surge num momento de tensão máxima no Médio Oriente, após um ataque que Israel descreveu como preventivo contra dezenas de lançadores de ‘rockets’ do grupo xiita libanês Hezbollah, localizados sobretudo no sul do Líbano, onde pelo menos três pessoas morreram em consequência dos intensos bombardeamentos com a participação de cerca de 100 aviões de combate israelitas.

Por seu lado, o Hezbollah lançou mais de 320 ‘rockets’ contra 11 posições militares israelitas, bem como uma barragem de drones, em resposta à morte do principal comandante do grupo xiita, Fuad Shukr, assassinado por Israel no final de julho em Beirute.

A crise entre Israel e o grupo libanês encontra-se no seu pico mais elevado desde 2006, com trocas de tiros diárias nas regiões fronteiriças dos dois países desde o início da guerra na Faixa de Gaza, desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita em 07 de outubro de 2023, que provocou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de pessoas levadas como reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 40 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

Delegações israelitas, norte-americanas e qataris estão presentes no Cairo para continuar, na qualidade de mediadores, a negociar uma trégua na Faixa de Gaza, numa reunião agendada para hoje, sem a participação do Hamas, que mantém, porém, desde sábado uma representação na capital egípcia.