Nascido em 4 de maio de 1959, Márcio Alves Candoso estudou Direito em Coimbra e Lisboa. Foi jornalista entre 1987 e 2010, tendo passado pelas redações de O Comércio do Porto, Primeiro de Janeiro, Jornal de Notícias, agência Lusa, Rádio Renascença, Revista Valor e Diário de Notícias.
Em 2015, publicou o livro de poemas “Antes do destino”, através da RCP Edições, no qual reuniu poemas criados ao longo de três décadas. Na altura, disse ter sentido ser “hora de tornar pública uma faceta menos conhecida do [seu] trabalho”.
Márcio Alves Candoso declarava, na altura, que a escrita era a sua vida.
“Por mim, talvez que acossado de má-vontade a uma época de conturbados silêncios, em que as entrelinhas deixavam de ser significantes e as paragens do espírito se sucediam forçadamente, me fosse mais necessária e mais fácil esta descrição-do-imaginário-que-não-se-vive, esta descoberta de mim depois da desilusão ‘irreconciliável’, com boa parte das palavras dos outros”, podia ler-se no prefácio de "Antes do destino", partilhado através da angariação de fundos — bem sucedida — que visou a sua publicação.
No texto, o autor acrescentava: “Quem sabe, talvez tenha sido apenas levado pelo receio de me esquecer da verdade ou pelo remorso de não contar como fui, e sou. Ou ainda pelo jogo mágico de ocultar um pouco de precioso apenas para mim, dizendo-me no resto, no aliás Imenso resto que sempre sobra se se cuidar de ter uma Alma aberta em regime de permanência e vigília”.
O corpo estará em câmara ardente a partir de hoje na capela mortuária da igreja de Espinho e o funeral realiza-se na sexta-feira, seguindo as regras impostas pelas autoridades sanitárias no contexto do combate à pandemia de covid-19.
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