No texto intitulado “Contributos para colocar o PSD na Linha da Frente” – que será entregue a Jorge Moreira da Silva e a Luís Montenegro no Conselho Nacional da JSD que se realiza este sábado, em Chaves — esta juventude propõe uma “reforma interna” do PSD, considerando que o partido “não conseguiu apresentar a alternativa reformista que os portugueses exigiam e Portugal precisava” nas eleições legislativas de janeiro.
Entre as propostas desta estrutura – liderada pelo deputado social-democrata Alexandre Poço – está uma revisão estatutária que permita a instituição de “eleições diretas primárias para a escolha do presidente do PSD e restante direção nacional do partido, dando o direito de voto aos cidadãos que quiserem participar na eleição, sendo ou não militantes do PSD”.
Em consequência desta proposta, a JSD defende o fim da obrigatoriedade do pagamento de quotas para poder participar na escolha do líder do partido, exigindo-se apenas um “compromisso de adesão aos princípios e valores do PSD”.
A JSD quer ainda um “novo papel” para os congressos nacionais, que atualmente se realizam após as eleições diretas, já com um líder eleito. Para os jovens sociais-democratas, com a instituição das eleições primárias, o Congresso Nacional do PSD “deve ser em momento prévio a essa eleição”, permitindo que estas reuniões magnas “voltem a ter interesse político e mediático, com discussão de projetos políticos alternativos, apresentação de equipas e das linhas gerais de cada moção de estratégia global”.
“Neste Congresso Nacional prévio às eleições diretas primárias seriam eleitos pelos Congressistas os demais órgãos nacionais do partido”, acrescentam, sugerindo que os militantes votem num presidente e na sua equipa ao mesmo tempo, “realidade que hoje não acontece, com a eleição do Presidente a acontecer nas diretas e a da direção nacional a acontecer no Congresso Nacional, esta última numa eleição de lista única”.
Os jovens sociais-democratas propõem também a mudança da sede nacional do PSD, atualmente situada na Rua São Caetano, em Lisboa, para um “lugar mais central da cidade” por considerarem que o atual espaço é “pouco apelativo e pouco convidativo a quem deseje entrar em contacto físico com o partido”.
Num documento com cerca de 20 páginas, esta juventude defende a criação da figura do diretor-geral do PSD “responsável por toda a transformação organizacional do partido, tendo a confiança política máxima do presidente e da Secretaria-Geral da Comissão Política Nacional” e uma “reformulação do Instituto Francisco Sá Carneiro”, transformando-o num grande ‘think thank’, “que permita a qualquer pessoa interessada a inscrição” e que faça, por exemplo, parcerias com escolas e instituições de ensino superior.
A JSD propõe que o PSD crie “uma estrutura interna de sondagens, análise de dados, estatísticas que tenha como objetivo fundamentar e auxiliar as tomadas de posição e propostas, através de estudos quantitativos e qualitativos da população com base em modelos científicos testados” e “uma equipa profissional de apoio” ao líder do PSD, que o auxilie no trabalho diário.
É sugerida a profissionalização do Conselho Estratégico Nacional (CEN), para que tenha uma equipa dedicada às suas funções a 100%, e um programa de formação regular e transversal a todas as áreas da governação, desde o âmbito local ao internacional, passando pelo patamar nacional”, aberto a todos os cidadãos e “de frequência recomendada a todos os militantes do PSD e obrigatória para todos os candidatos externos do partido, com um sistema de avaliação”.
Um “projeto piloto para testar a consagração do voto eletrónico em eleições internas”, a resolução de problemas na filiação de novos militantes, uma “comunicação digital concertada” ou até um podcast e uma loja com produtos do partido (a ‘PSD store’) estão também entre as propostas deixadas pelos jovens.
As eleições diretas no PSD realizam-se em 28 de maio e o Congresso está marcado para entre 01 e 03 de julho, no Porto.
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