O processo contra Trump sobre este caso devia começar em 20 de maio, mas Cannon disse que isso não seria possível devido ao alto número de moções apresentadas perante o tribunal. A magistrada não informou nenhuma data para o início do julgamento.

O adiamento é um duro golpe para o procurador especial Jack Smith, que apresentou as acusações contra Trump, e torna improvável que o julgamento ocorra antes das eleições presidenciais de novembro, nas quais o ex-presidente é o candidato do Partido Republicano.

Os advogados de Trump têm tentado adiar os seus vários processos criminais até depois das eleições, na esperança de que vença e possa evitar as acusações federais contra si estando na Casa Branca. Trump, de 77 anos, está a ser julgado em Nova Iorque num caso estadual.

Um tribunal acusa-o de falsificar 34 documentos contabilísticos para ocultar um pagamento de 130 mil dólares destinado a comprar o silêncio da ex-atriz pornográfica Stormy Daniels na reta final das eleições de 2016, nas quais o magnata republicano venceu Hillary Clinton.

Quanto ao julgamento agora adiado, em junho passado, Trump declarou-se inocente na Flórida das acusações federais de retenção ilegal de informações de defesa nacional, conspiração para obstruir a justiça e declarações falsas.

O ex-presidente guardou arquivos classificados — que incluíam registos do Pentágono, da CIA e da Agência de Segurança Nacional — sem segurança em sua residência em Mar-a-Lago, na Flórida, e obstruiu os esforços oficiais para recuperá-los, segundo a acusação.

No documento publicado nesta terça-feira, Cannon disse que o grande número de petições pré-julgamento e a natureza secreta de algumas provas do caso obrigaram-na a adiar o início do processo.

"Portanto, o Tribunal anula a atual data do julgamento de 20 de maio de 2024", escreveu.

Além dos casos de Nova Iorque e Flórida, Trump foi acusado em Washington e Geórgia de tentar anular os resultados das eleições de 2020, vencidas pelo democrata Joe Biden, o seu adversário em novembro.