Num dos momentos mais esperados do discurso de quinta-feira (madrugada de hoje em Lisboa), perante protestos à volta da convenção por grupos pró-palestinianos, Harris não deixou margem para dúvidas no que toca ao apoio a Israel, mas também defendeu os direitos dos palestinianos.
“No que respeita à guerra em Gaza, o Presidente Biden e eu estamos a trabalhar sem parar, porque agora é o momento para conseguir um acordo para libertar os reféns e um cessar-fogo”, afirmou a candidata democrata.
Chegou a temer-se que os delegados não comprometidos, que queriam falar durante a convenção, pudessem tentar interromper o discurso, algo que não aconteceu.
“Deixem-me ser clara: vou sempre defender o direito de Israel de se defender a si própria e vou garantir que tem a capacidade de o fazer, porque o povo de Israel nunca mais deverá ter de enfrentar o horror que uma organização terrorista chamada Hamas causou a 07 de outubro”, afirmou.
Mas Harris também criticou o que está a acontecer em Gaza, considerando a situação dos últimos dez meses devastadora e defendendo o direito dos palestinianos a viver em paz e segurança.
“Tantas vidas inocentes perdidas, pessoas desesperadas e esfomeadas a fugirem sem parar”, descreveu. “A dimensão do sofrimento é de partir o coração”, continuou.
Harris assegurou que a administração está a trabalhar para acabar com esta guerra e “assegurar que o povo palestiniano pode realizar o seu direito a segurança, liberdade e autodeterminação”.
A democrata disse que não irá tolerar ditadores, ao contrário de Donald Trump, e que vai assegurar o poder militar do país.
“Como comandante suprema, vou garantir que a América tem sempre a maior e mais letal força de combate do mundo e vou cumprir a nossa obrigação sagrada para com as nossas tropas”, afirmou a candidata.
“Como presidente, vou defender a Ucrânia e os nossos aliados da NATO”, afirmou, lembrando que o oponente Donald Trump ameaçou abandonar a Organização do Tratado do Atlântico Norte e “encorajou Putin” a invadir quem quisesse.
Harris acusou Trump de ser manipulável com elogios e favores e de nunca ter responsabilizado ditadores porque ele próprio quer ser um autocrata.
“Nunca vou vacilar na defesa dos ideais e segurança da América”, disse Kamala Harris.
Esta parte do discurso, em que abordou diretamente o que será a sua política externa, arrancou muitos aplausos e foi ligada a um sentimento de patriotismo e crença no sonho americano que permeou a convenção.
“Meus caros americanos, adoro o nosso país com todo o meu coração”, disse Harris. “Somos os herdeiros da maior democracia na história do mundo”, considerou, pedindo aos eleitores que mostrem uns aos outros e ao resto do mundo aquilo que a nação é e o que defende: liberdade, oportunidade, compaixão, dignidade, justiça e possibilidades intermináveis.
“Temos de estar à altura desde momento”, declarou.
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